O câncer de mama é o tipo de tumor mais frequente na Serra Gaúcha. Nos últimos 10 anos, 1.828 casos foram registrados na região. Além disso, um outro dado que chama a atenção dos especialistas é que 33% das mulheres que sofrem com a doença foram diagnosticadas com menos de 50 anos, e 8,8% delas com menos de 40 anos.
Esses números foram debatidos durante o Simpósio Câncer de Mama: Cenário atual na região de abrangência, realizado nesta terça-feira, dia 23, em Bento Gonçalves pelo Hospital Tacchini, e que contou com a participação do mastologista Felipe Zerwes, chefe do serviço de mastologia do Hospital Mãe de Deus, de Porto Alegre, e professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC) na capital.
Para ele, esses números mostram que a prevenção deve começar mais cedo.
“Temos números bem expressivos em questão de idade também. Inclusive temos no Rio Grande Sul principalmente na região nordeste do estado, um percentual de aproximadamente 30, 31% dos pacientes abaixo dos 50 anos com diagnóstico de câncer de mama. O Instituto Nacional do Câncer recomenda a mamografia a partir dos 50 anos, a sociedade científica recomenda a partir dos 40 anos e, pensando na nossa comunidade, talvez a recomendação mais adequada seja começar a partir dos 40 anos”, avalia.
Zerwes afirma que não há uma certeza sobre o que causa esse fenômeno na Serra Gaúcha, mas descarta hipóteses relacionadas a hábitos e à alimentação, por exemplo.
“A gente não sabe porque, talvez pela nossa ascendência europeia, pois o câncer de mama é muito prevalente também na Europa. Não temos aquela explicação de que a carne causa câncer de mama, isso já foi comprovado que não tem uma relação direta. A grande mensagem é que temos que procurar assistência à saúde”, afirmou.
Para ele, um dos grandes desafios é ampliar essa assistência a pacientes que não têm convênio e não podem fazer uma consulta privada. Ampliar o acesso ao diagnóstico e ao tratamento para as mulheres que dependem do Sistema único de Saúde (SUS) é fundamental, porque o acesso rápido faz diferença.
Quando comparamos dados de pacientes do SUS com pacientes da saúde privada, as pacientes do SUS ainda morrem mais, por basicamente dois motivos: atraso no diagnóstico e no acesso ao tratamento e menos disponibilidade dos medicamentos mais efetivos.
O mastologista afirma que é preciso não temer “a palavra câncer”. Para ele, o diagnóstico precoce muitas vezes reduz a necessidade de intervenções agressivas, como a cirurgia radical, e até mesmo do uso de radioterapia.
“A Sociedade Brasileira de Mastologia tem um mote hoje em dia que diz assim: nenhuma mulher sem mama. Do ponto de vista da queda de cabelo, ainda há um estigma muito forte. Mas, se conseguir fazer um diagnóstico precoce, muitas mulheres não vão precisar fazer a radioterapia. E vamos conseguir reduzir os custos pro Estado e um custo de agressividade e psicológico para a paciente”, acredita.
Ouça a entrevista com o mastologista Felipe Zerwes
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