A Sondagem Industrial do Rio Grande do Sul, recentemente divulgada pela Fiergs (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul), traz uma análise preocupante das condições enfrentadas pelos empresários gaúchos. O estudo, referente ao mês de novembro de 2023, revela uma queda contínua na produção e no emprego, elevada ociosidade e estoques indesejados.
Nos últimos 15 meses, a produção industrial do estado registrou queda em 11 deles, enquanto o emprego teve a 14ª redução consecutiva. O cenário econômico incerto, aumento da carga de ICMS devido ao corte de incentivos fiscais e insegurança jurídica contribuem para a cautela dos empresários em relação a futuros investimentos, conforme destacou o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry.
O índice de produção atingiu 48,5 pontos em novembro, indicando uma contração, algo esperado para o período. Da mesma forma, o índice de número de empregados ficou em 47,3 pontos, indicando uma redução mais intensa do emprego em comparação com o mês anterior.
A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) também caiu de 71%, em outubro, para 70%, em novembro, confirmando a menor atividade industrial no mês em relação ao anterior. O índice relativo à UCI usual fechou novembro em 42,8 pontos, indicando uma utilização da capacidade inferior ao patamar normal.
Apesar da redução na produção, a pesquisa revela um aumento nos estoques de produtos finais em novembro, limitando o processo de escoamento do excesso. O índice de evolução mensal atingiu 52,7 pontos, mostrando aumento dos estoques em relação a outubro.
Com esse cenário negativo, os empresários da industria permanecem pessimistas. Embora todos os índices de expectativas tenham crescido em relação a novembro, continuam abaixo dos 50 pontos, indicando que o pessimismo persiste, apesar da diminuição.
A pesquisa, realizada entre 1º e 11 de dezembro do ano passado, mostra que o setor ainda prevê queda na demanda, exportações, emprego e compras de matérias-primas no semestre. Contudo, a disposição para investir aumenta moderadamente, mas ainda está aquém dos patamares anteriores, com o índice de intenção de investir subindo de 51,1 em novembro para 53,8 pontos em dezembro. 57,4% das empresas consultadas mostraram pretensão de investir no primeiro semestre de 2024. A pesquisa consultou 188 empresas, sendo 45 pequenas, 65 médias e 78 grandes.