Flores da Cunha caminha a passos largos para inaugurar escola cívico-militar

Flores da Cunha está muito perto de ser a primeira cidade da Serra Gaúcha a ter uma escola cívico-militar. Nesta sexta-feira (26), o autor do projeto, deputado estadual tenente-coronel Zucco, está na região para um encontro com o prefeito Lídio Scortegagna e para a revelação do uniforme que será utilizado pelos estudantes da Escola Tancredo Neves, a escolhida pelo município para abraçar o projeto cívico-militar. Caxias do Sul também está em busca de implantar o modelo de estudo e comportamento, mas a passos lentos.

Em entrevista ao “Jornal da Manhã” da Jovem Pan Serra Gaúcha nesta sexta-feira, o deputado comemora o fato de uma cidade serrana dar passos largos para a instalação do modelo educacional que, segundo ele, padroniza e valoriza mais o hino nacional que o funk.

“A gente está preocupado com a pandemia, com nossa criançada, mas é um projeto que vai atender muitos municípios no Rio Grande do Sul. Lajeado e Encantado serão as próximas. É uma busca incessante por organização, disciplina, respeito aos professores, por cantar mais o hino nacional e menos funk. Por realmente saber que, até não muito tempo atrás, tínhamos mais responsabilidade, os alunos tinham seus direitos, mas também tinham seus deveres. É um modelo com resultados já positivos no estado de Goiás e nossos colégios Tiradentes que também são com estudo feito por professores estaduais, estes que infelizmente ganham salários parcelados. A disciplina, organização, que não faz mal a ninguém, extremamente cobrada. Então, é um modelo que vem a ser positivo, a somar, e espero que várias cidades queiram ter ao menos uma escola cívico-militar”, diz Zucco.

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O tenente-coronel reforça que a medida não deveria ser “oito ou oitenta” e, quem se opõe à iniciativa, é por não conhecer as diretrizes de se educar também da porta da escola para fora.

“A pessoa que vê como negativo é só por motivo de ignorância, não saber como funciona. A escola cívico-militar é da sala de aula pra fora, não interfere no plano de aula de português, matemática, geografia. O professor vai estar estritamente preocupado com seu plano de aula. Já o aluno chega, entra em forma, hasteia o pavilhão, canta o hino, tem a questão da disciplina, dos valores. Vai receber o seu professor de pé, porque sim, ele é uma autoridade. Nós perdemos algumas questões que são basilares. O respeito ao mais velho, ao professor, essa profissão tão linda. As pessoas que não conhecem o projeto, podem fazer algum julgamento”, conclui.

Já o prefeito de Flores da Cunha, Lídio Scortegagna, em entrevista ao programa “Bom Dia, Trabalhador”, na Rádio Viva 94.5, aguarda a definição sobre a retomada das aulas para que este projeto entre em vigor, quem sabe, dentro de dois meses.

“Se não tivesse ocorrido a pandemia, já estaríamos com tudo pronto. Há interesse de todas as partes. Ter mais esse plus na escola. Talvez seja a primeira no estado a ter o sistema cívico-militar com os monitores. O aprendizado do professor é igual. Na organização da escola, aí temos a participação dos militares. Nos intervalos, na entrada, pra ter um controle maior. Nossas escolas já tem um nível elevado de trabalho, mas a partir disso teríamos um apoio. É um ordenamento. Tudo isso vem engrandecer e reforçar nossa rede de ensino. Se o retorno das aulas for em agosto, a gente espera que consigamos fazer no tempo que for possível, fazer a adaptação e começar esse ano.. É uma experiência nova no município”, salienta.

Implementado o projeto, ele envolverá policiais do 36° Batalhão de Polícia Militar, em reserva remunerada, assim como militares, também da reserva, para monitoramento e adequações.

Ouça a entrevista com o deputado estadual, tenente-coronel Zucco