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“Eu lamento a sua ignorância”, afirma governador gaúcho após ataque do ex-deputado federal Jean Wyllys

O ex-deputado federal Jean Wyllys (PT) atacou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), após o gaúcho anunciar que manterá as escolas cívico-militares no Estado. O ex-parlamentar afirmou que não esperava essa atitude vinda de um governador homossexual e insinuou que Leite tem “homofobia internalizada” e “fetiches em relação ao autoritarismo”.

“Que governadores heteros de direita e extrema-direita fizessem isso já era esperado. Mas de um gay…? Se bem que gays com homofobia internalizada em geral desenvolvem libido e fetiches em relação ao autoritarismo e aos uniformes; se for branco e rico então… Tá feio, bee!”, escreveu o ex-BBB na última sexta-feira (14).

O governador gaúcho lamentou e rebateu os ataques do petista, apontando “preconceitos em incontáveis direções”. “Manifestação deprimente e cheia de preconceitos em incontáveis direções… e que em nada contribui para construir uma sociedade com mais respeito e tolerância. Jean Wyllys, eu lamento a sua ignorância”, afirmou Leite.

O governo federal decidir encerrar o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, lançado durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Apesar disso, alguns Estados anunciaram que manterão esse modelo de ensino na rede pública.

“Eu lamento a sua ignorância”, afirma governador gaúcho após ataque do ex-deputado federal Jean Wyllys

Governador Eduardo Leite afirma que manterá escolas cívico-militares

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, apesar de estar em férias, confirmou em seu Twitter, que pretende manter as escolas cívico-militares administradas pelo estado no mesmo regime e com recursos próprios. “O nosso governo irá manter o programa de escolas cívico-militares no RS”, tuitou.

De acordo com dados da Secretaria da Educação do RS, atualmente existem 18 escolas cívico-militares no âmbito estadual. Todas elas possuem um modelo específico e foram implantadas em paralelo às do Programa Nacional de Escolas Cívico-Militares (Pecim), instituídas pelo Governo Bolsonaro. Constam no Pecim, 25 escolas no RS, que seguem o modelo federal.

A SEC informou que em relação às escolas do Pecim, seguirá o cronograma que for repassado por Brasília por se tratar de iniciativa do governo federal. Já as 18 estaduais deverão seguir sem mudanças. O MEC e a Defesa acrescentam ainda no documento que uma regulamentação específica sobre o ensino cívico-militar está em tramitação e que esclarecimentos mais detalhados serão feitos pela Coordenação-Geral de Ensino Fundamental, que comandada por Fátima Elisabete Pereira Thimoteo.

O Pecim foi criado por decreto em 2019 e previa a transformação de escolas públicas para o modelo cívico-militar. A meta era implantar até o final de 2022, um total de 216 escolas administradas por militares e com a gestão pedagógica a cargo de educadores civis. Segundo o MEC, 216 escolas aderiram ao modelo nas cinco regiões do país.

O encerramento do Pecim foi confirmado pelo governo depois que o ofício se tornou público na manhã desta quarta-feira, 12. O documento do MEC informa que haverá desmobilização de pessoal das Forças Armadas dos colégios e a adoção gradual de medidas que permitam o encerramento do ano letivo sem prejuízos aos alunos.

A normalização do sistema de ensino, com “as definições de estratégias específicas de reintegração das Unidades Educacionais à rede regular de ensino será objeto de definição e planejamento de cada Sistema”, informa o MEC.

O Distrito Federal é uma das unidades federativas que aderiram ao programa. Em nota, a Secretaria de Educação do DF confirmou o recebimento do ofício do MEC e disse que adotará as medidas necessárias para viabilizar a decisão do governo federal. A secretaria ressalta que será encerrado no DF apenas o programa federal e que dará continuidade à iniciativa semelhante em âmbito distrital.

“Importante frisar que o Programa que está sendo encerrado é o de iniciativa do Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Defesa, ou seja, distinto do ‘Projeto Escolas de Gestão Compartilhada’ que é executado em parceria com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal”. Atualmente, o Projeto Escolas de Gestão Compartilhada no sistema público de ensino do DF está em execução em 13 unidades escolares da rede. Outras quatro escolas funcionam em parceria com o programa do MEC.

O Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) confirmou que outros estados receberam o ofício, mas ainda não se manifestou sobre o assunto.

Fábio Carnesella

Jornalista com pós graduação em comunicação digital. Atua no jornalismo desde 2002, com passagens por diversos emissoras da serra gaúcha. Assessor de imprensa na Câmara dos Deputados e Diretor de Comunicação da Prefeitura de Flores da Cunha.

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