Diretora da Codeca diz que situação financeira é “extremamente difícil” na autarquia em Caxias

Na manhã desta quarta-feira (17) a presidente da Codeca Helen Machado e o diretor técnico Rafael Tregansin realizaram uma coletiva de imprensa virtual para explanar a situação da instituição.

De acordo com uma prévia do balanço de 2020, haverá um déficit de R$6.690.617. No ano passado a receita bruta foi de mais de R$109 milhões e as despesas fecharam em cerca de R$100 milhões, contudo por conta dos prejuízos acumulados desde 2016 ainda não foi possível finalizar com saldos positivos.

Segundo Helen nestes primeiros levantamentos realizados já foi possível identificar que 90% dos contratos com fornecedores não foram renovados. Desde agosto de 2020 tem 142 contratos vencidos. Sendo assim, a autarquia não consegue realizar a manutenção dos veículos e maquinários. A presidente ressaltou que quando entrou na presidência encontrou 75 veículos na mecânica, sendo 14 caminhões da coleta de lixo. Destes a maioria são por problemas mecânicos e não há contratos vigentes para a compra de peças para a reposição e conserto.

Esta situação está causando atrasos na coleta de lixo do município. De acordo com Helen há 32 caminhões na frota, tirando os que estão na mecânica, os demais estão fazendo a coleta em suas rotas normais e cobrindo as que estão desabastecidas. Por isso, em alguns pontos da cidade a coleta está sendo feita em datas diferentes das normais, mas segundo ela, nenhum bairro está sem recolhimento. A expectativa para a regularização dos contratos e retomada de todos os caminhões na ativa é de quatro meses.

Neste primeiro momento, a solução encontrada pela gestão da Codeca para amenizar os problemas financeiros é refazer o orçamento, para reduzir os gastos e criar critérios para a organização de horas extras, ajustando as escalas de funcionários. Outra situação é a centralização do estoque da empresa, nas gestões anteriores cada setor fazia as suas compras e não havia controle, portanto influência nos gastos, assim a ideia é centralizar no almoxarifado.

A diretora Helen Machado destacou ainda que por conta dos problemas financeiros não é possível repor os contêineres de lixo que são queimados na cidade. Sendo assim, há falta destes equipamentos nas ruas.

Ela classificou a situação da Codeca como “extremamente difícil”, mas salientou que a equipe não está medindo esforços para colocar a situação em dia. Reforçou ainda que as compras por pregão eletrônico estão sendo extintas e devem ser feitas todas por contratos conforme as leis. Inclusive um dos projetos da nova administração é a criação de um setor de fiscalização e gerenciamento para que não haja mais perdas de contratos, além de organizar os serviços de manutenção preventiva e mecânica nos maquinários.

Segundo a diretora, a demanda de equipamentos e veículos com problema na autarquia supera a quantidade de funcionários. Helen acredita que mesmo com as peças em mãos os funcionários ainda assim teriam dificuldades de colocar o trabalho em dia. Ela destaca também que a pandemia afetou drasticamente na redução de equipes.

Um dos contratos que está em andamento na Codeca, segundo a direção, é o retorno do programa Troca Solidária. A expectativa da presidente é colocar em prática no mês de abril, com ampliação da capacidade de atendimento, pois a data para a coleta será aos sábados e não mais durante a semana, como era feito anteriormente.

Há possibilidade de investimentos neste ano de 2021, porém as vias de recurso são as disponibilizadas pela prefeitura e em linhas de financiamento. Ao prefeito Adiló, a Codeca solicitou um aporte de R$9 milhões, mas a situação financeira da prefeitura, até por conta dos investimentos com a pandemia, não é positiva. Além disso, está verba precisa passar pelo Legislativo, o que deve então demorar para ser aprovada. Já nas linhas de crédito é liberado o valor condizente com as contas da autarquia. Portanto, está sendo analisado as prioridades de gastos. A presidente reforçou que não pretende fazer dívidas maiores que a possibilidade de pagamento tanto para não trazer mais prejuízos a sua gestão, quanto as próximas.

Ela concluí que não há expectativas para finalizar o ano de 2021 em superávit nas contas devido a toda a situação de contratos e da pandemia. Mas deseja diminuir os custos da autarquia e permitir um controle nas contas.