Comportamento

Dia Mundial do Veganismo: entenda mais sobre esse estilo de vida

Dia Mundial do Veganismo: entenda mais sobre esse estilo de vida

Neste domingo, dia 01 de novembro,  é comemorado em todo o mundo o Dia do Veganismo, no intuito de conscientizar a população sobre o consumo dos produtos de origem animal. Você sabe o que e como é ser Vegano?

Primeiramente, é imprescindível diferencial o vegetariano do vegano. A pessoa que denomina-se vegetariana não consome carnes, já os veganos além das carnes, também optam por não consumir nenhum alimento de origem animal, além de não usar roupas de couro e cosméticos e medicamentos testados em animais.

Para entender melhor este estilo de vida, a reportagem do Portal Leouve conversou com a diretora de marketing da Soama de Caxias do Sul, Natasha Valenti, que é vegana há 3 anos, e com a nutricionista Marcela Tedesco, que desmitificou algumas teorias sobre o veganismo.

A vida no veganismo

Vegana há 3 anos, Natasha conta como viveu 24 anos sendo vegetariana, inicialmente por influência da mãe, que sempre cuidou muito da alimentação e se importou com a vida dos animais, e depois por desejo próprio. “Mas nessa época eu ainda consumia derivados de leite, ovos e mel. Foi aos poucos, devido ao meu trabalho na causa animal, que percebi que não adiantava cortar apenas a carne”, relata.

Foi em 1º de janeiro de 2017 que ela tomou a decisão de parar definitivamente de consumir tudo que é de origem animal. Leite condensado, doce de leite, chocolate, sorvete, queijo, todos esses produtos deixaram de fazer parte da sua dieta.

“Ser vegano não é sobre a alimentação, é sobre não compactuar com todo o sofrimento causado aos animais diariamente”, explica. “Eu nunca me senti tão bem como ser humano. As pessoas costumam pensar no que vão perder, mas o fundamental é o que vão ganhar”, conclui.

Natasha ainda relata como, depois de adotar o veganismo, começou a cozinhar ainda mais, descobriu uma infinidade de produtos e receitas veganas maravilhosas e cozinha diariamente. “Se o mundo virasse vegano amanhã, as pessoas nem iriam perceber, pois existe substituto sem crueldade para quase tudo na culinária”, comenta.

Uma dica que a vegana deixa para quem está pensando em começar a seguir o estilo de vida é: “saiba de onde vem sua carne, seu queijo, seu ovo, seu casaco de pele… Pesquise. Existe uma infinidade de documentários para assistir: ‘A carne é fraca’, ‘A Dieta dos Gladiadores’, ‘Terráqueos’, ‘Cowspiracy’ etc. Conhecimento e informação são fundamentais”.

Saúde vs. Veganismo – mitos e verdades

Partindo para outro ponto muito importante, vamos falar sobre a saúde. Natasha relata que, na sociedade atual, existe a cultura de que nós precisamos de carne para viver. “Nós precisamos de proteína, não carne. Precisamos de cálcio, não de leite. Podemos viver bem, saudáveis e felizes, tendo muito prazer na mesa e sem prejudicar nenhum animal”, comenta.

Como citado pela vegana, muitos são os rumores e teorias que falam que o vegano não tem acesso a todos os nutrientes necessários para se viver com saúde. Mas será que nós realmente precisamos desses alimentos de origem animal para sermos saudáveis?

“A única vitamina que não pode ser encontrada em alimentos naturais é a B12, encontrada em peixes de água fria, fígado, carne de porco, leite e derivado. Mas ela pode ser facilmente suplementada”, explica a nutricionista Marcela Tedesco. “Já os macronutrientes podem sim ser todos encontrados em alimentos naturais. A proteína, por exemplo, é encontrada no grão-de-bico, feijão, soja, lentilha, aveia e em cogumelos”, conclui.

Outra coisa que se escuta muito é que “veganos são mais fracos fisicamente”. Isso também está ligado com o ponto citado acima. As pessoas imaginam que, por não consumir carne e derivados, os veganos tem menos proteínas e vitaminas e, por consequência disso, são mais fracos fisicamente, mas isso não é uma verdade, já que todas as necessidades do corpo podem ser supridas por alimentos de origem natural.

Para concluir, a nutricionista ressalta que o veganismo pode ser adotado em qualquer fase da vida. “Em 2015, o Conselho Regional de Nutricionistas 3ª Região (CRN3) emitiu um parecer afirmando que o veganismo é sim adequado para qualquer fase da vida. O fato foi reforçado pela OMS neste ano”, conclui.

“Veganismo é uma filosofia e estilo de vida que busca excluir, na medida do possível e praticável, todas as formas de exploração e crueldade contra animais na alimentação, vestuário e qualquer outra finalidade e, por extensão, que promova o desenvolvimento e uso de alternativas livres de origem animal para benefício de humanos, animais e meio ambiente.”

Livre tradução de “The Vegan Society”, grupo que criou o termo “Veganismo” em 1944 no Reino Unido.