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Dia do Chimarrão no RS relembra a tradição ancestral e o impacto econômico da erva-mate

No dia 24 de abril, o Rio Grande do Sul celebra o Dia do Chimarrão. A tradição vai além de uma simples bebida, mas representa parte da identidade cultural dos gaúchos. A data foi estabelecida pela Lei Estadual n°11.929, de 20 de julho de 2003, em reconhecimento à importância do chimarrão na cultura e no cotidiano dos habitantes do Estado.

O chimarrão é preparado a partir da infusão de erva-mate em água quente, servida em uma cuia, geralmente, feita de porongo. Também conhecido como mate, é consumido por meio de uma bomba de metal, que cumpre a função de canudo.

A tradição apropriada pelo povo gaúcho tem raízes na história pré-colonial da América do Sul, tendo sido compartilhada entre diferentes povos indígenas, como Guarani, Kaingang, Aimará e Quíchua. Antigamente, as cuias eram confeccionadas a partir de materiais como taquara, madeira e chifre de boi.

Ilvandro Barreto, engenheiro-agrônomo da Emater/RS-Ascar e coordenador da Câmara Setorial da Erva-Mate, destaca que o chimarrão é mais do que uma simples bebida, mas uma tradição que promove a sociabilidade e a convivência entre gerações. Ele ressalta que o chimarrão carrega consigo a história da terra e da formação da personalidade gaúcha.

Além do aspecto cultural, o chimarrão também desempenha um papel significativo na economia do Estado. Cerca de 14 mil produtores rurais cultivam a erva-mate no RS, com mais de 200 indústrias processadoras e uma produção anual de aproximadamente 320 mil toneladas. Muitas famílias também estão envolvidas no cultivo do porongo, utilizado na confecção das cuias.

Álvaro Pompemayer, presidente do Sindicato da Indústria do Mate no Rio Grande do Sul (Sindimate), destaca que o hábito do chimarrão tem atravessado fronteiras, com um aumento nas exportações, e uma crescente demanda nos mercados europeu e asiático. A meta é fortalecer tanto a exportação quanto o consumo interno da erva-mate.

(Foto: Los Muertos Crew/Pexels)

A erva-mate também recebeu reconhecimento como patrimônio cultural imaterial do Rio Grande do Sul, em 2023, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae). Além disso, ela é a árvore símbolo do estado e está presente na bandeira, datando da Revolução Farroupilha e oficializada na Constituição de 1891.

Alice Corrêa

Apaixonada pela comunicação. Além de comunicadora, também possui conhecimento amplo de operações técnicas em rádio e televisão, que foi seu primeiro contato com a comunicação. Atualmente no Grupo RSCOM atua como repórter e apresentadora na Rádio Viva, além de produzir conteúdos para o Portal Leouve e suas plataformas digitais.

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