“Descaminhos do vinho” é tema de reunião da Câmara da Uva e do Vinho

Os “descaminhos do vinho” no Brasil, ou seja, a importação ilegal da bebida no País, foi um dos assuntos abordados nesta quinta-feira (10), durante reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Uva e do Vinho e da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). A reunião ocorreu da forma híbrida.

Segundo a Receita Federal, a prática, conhecida como “descaminhos do vinho” no Brasil, ocorre quando um produto que poderia ser importado regularmente é introduzido no país de forma ilegal. Ao fim, o crime, previsto no Código Penal Brasileiro, prejudica a cadeia produtiva brasileira. De acordo com o órgão, nos anos de 2021 e 2022 mais de 1 milhão de garrafas foram apreendidas, resultando em valor aproximado de R$ 120 milhões.

No encontro, o executivo da Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho), Helio Marchioro afirmou que o volume de vinhos importados irregularmente no Brasil é significativo, principalmente vindo da Argentina. “As fronteiras do Brasil estão bastante vulneráveis, apesar de todo um trabalho que as forças públicas estão adotando para coibir essa prática”, disse.

Na visão de Marchioro, o problema envolve questões de saúde pública, evasão de divisas, pressão sobre o desenvolvimento da cadeia produtiva e do setor como um todo e pressão sobre os preços. “Isso vai aniquilando toda uma cadeia produtiva, que gera centenas de milhares de oportunidades de trabalho e renda.”

Coordenador da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Uva e do Vinho, Adeliano Cargnin afirmou que deseja engajamento propositivo das instituições para a solução deste e outros problemas do setor. ” É preciso para que haja uma sequência nas discussões dos temas propostos”, disse. Cargnin é, também, engenheiro agrônomo  e pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, em Bento Gonçalves