Na tarde desta segunda-feira (19), ao ser diplomado, junto com os demais deputados além do senador eleito do RS, o governador eleito Eduardo Leite (PSDB) pediu a pacificação da política. “Os custos impostos ao país com a discussão dos resultados das eleições são maiores do que os eventuais custos que o governo eleito possa trazer, por mais que discordemos deles ideologicamente ou programaticamente. Chegou a hora de acatar todos os diplomas”, afirmou, em seu discurso. Leite ressaltou ainda a dificuldade em se fazer gestão em um país onde há fome.
“Reconheço que não é fácil fazer democracia em um país com imensos abismos sociais como o nosso. As desigualdades geram demandas de uma parcela significativa da população por respostas imediatas e este contingente tem o direito de exigir respostas imediatas.”
Leite esteve ao lado do seu vice eleito, Gabriel Souza (MDB), do atual vice-presidente e senador eleito, Hamilton Mourão (Republicanos), seus dois suplentes, e de grande parte dos 31 deputados federais e dos 55 estaduais que exercerão seus mandatos a partir do ano que vem. “É uma emoção muito grande receber a confiança da população gaúcha. Em um primeiro mandato, é pela expectativa do trabalho. Em um segundo mandato, vem a expectativa, acompanhada do reconhecimento do que a gente fez. Então receber esse diploma, de um processo eleitoral democrático, é muito gratificante”, afirmou Leite antes do ato.
Ao ser perguntado se pretende cumprir o mandato, já que renunciou para, inicialmente tentar concorrer à presidência, Leite afirmou que seguirá no cargo pelos quatro anos. “Sim, eu me apresentei candidato para cumprir o mandato e estou muito animado para cumprir a expectativa da população gaúcha”, afirmou.
O governador eleito ressaltou a importância da educação em seu novo ciclo de governo. “Temos que avançar nas estradas, na redução da burocracia, na revisão da carga tributária, mas no final do dia, o que realmente importa para que o Estado seja capaz de se desenvolver é a qualidade do capital, que é a educação que proporciona”, disse Leite.
O atual vice-presidente da República e senador eleito, Hamilton Mourão (Republicanos), também foi diplomado. “Hoje (ontem) é um dia maravilhoso. Mais uma vez agradeço a confiança a responsabilidade da população gaúcha. É uma caminhada longa, temos que trabalhar duro para o desenvolvimento econômico, que é o que gera emprego e renda, não conversas vazias”, afirmou.
Entre as bandeiras, Mourão elencou a reforma tributária, a reforma administrativa, a busca por investimentos e o trabalho em conjunto com o governo do Estado. Questionado sobre a votação de projetos vindos do Executivo no próximo governo, o de Lula, Mourão disse que não fará “oposição ao Brasil”, pois não é “do partido deles”, respondeu em crítica ao PT.
O presidente do TRE-RS, desembargador Francisco Moesch, primeiro a discursar, disse que o momento solene reforça a lisura do processo eleitoral e que a Justiça Eleitoral gaúcha garantiu “com coragem e segurança” a transparência das eleições e a diplomação dos eleitos. Moesch ressaltou que a mídia foi importante para a manutenção da democracia, garantindo a liberdade de expressão.
Ao cumprimentar em seu discurso os pais do governador eleito, presentes no auditório, estendeu a saudação a todos os familiares que se fizeram presentes. “A Justiça Eleitoral gaúcha tem a honra de receber todos e todas para a celebração da democracia, do estado de direito e da fiel observância da vontade do eleitor”, frisou Moesch, completando que a diplomação efetiva a vontade do eleitor e consagra aqueles que vão exercer os cargos públicos disputados.
Na entrega dos diplomas ocorreram manifestações do público. Por exemplo, a deputada estadual Luciana Genro (PSol) foi vaiada ao apresentar um cartaz escrito “Golpistas não passarão”.
Guilherme Pasin (PP) – eleito com 57.922 votos
Elton Weber (PSB) – eleito com 35.465 votos
Professor Claudio (Podemos) – eleito com 33.709 votos
Neri O Carteiro (PSDB) – eleito com 32.378 votos*Com informações de Felipe Nabinger / Correio do Povo