Geral

Damares denuncia violência contra mulher em assentamentos e gera bate-boca na CPI do MST

Uma denúncia da senadora Damares Alves (Republicanos-DF) sobre violência contra mulher em assentamentos gerou um curto bate-boca nos trabalhos da CPI do MST nesta quarta-feira, 16. A ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos do governo Bolsonaro se inscreveu para poder falar na comissão parlamentar, realizada na Câmara dos Deputados, e denunciou casos de violência contra mulher em assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e no campo de uma maneira geral.

“De uma forma muito assustadora estamos acompanhando o depoimento de mulheres que estão depondo a essa CPI. Esses depoimentos estão provocando reação muito grande na sociedade, especialmente em toda a rede de proteção da mulher, trago para a presidência da CPI um pedido de encaminhamentos para que não aguarde do relatório final para tomar providências na direção da proteção da mulher, os depoimentos estão assustando e nós já desconfiávamos que a violência contra mulher em assentamentos era terrível, mas o que estamos assistindo aqui está nos assustando”, disse Damares. Parlamentares governistas interromperam a fala da senadora. Inicialmente, eles citaram que ela não estaria inscrita. Após a conversa em torno de questões regimentais, outra discussão tomou conta da comissão. A deputada federal Camila Jara (PT-MS) disse para Damares que o combate à violência contra a mulher teve o menor “orçamento da história” no período em que ela foi ministra.

“Quem luta pelas mulheres somos nós, não ela que reduziu o orçamento. Foi o menor orçamento público do combate à violência contra a mulher. Essa é a herança do governo Bolsonaro, essa é a herança da ministra Damares Alves que agora vem encher a boca para falar de mulheres”, afirmou a petista, causando o bate-boca no colegiado. Deputados governistas como Nilto Tatto (PT-SP), Marcon (PT-RS) e Pastor Isidório (Avante-BA) fizeram coro às declarações de Jara, enquanto parlamentares da oposição, como Caroline de Toni (PL-SC), Delegado Eder Mauro (PL-PA) e Gustavo Gayer (PL-GO), saíram em defesa de Damares.

O presidente da CPI, deputado coronel Zucco (Republicanos-RS) tentou contornar a situação. Em meio aos protestos sobre o mérito da fala de Damares e questionamentos sobre sua gestão à frente do Ministério da Mulher, Nilto Tatto fazia questionamentos regimentais. Ele afirmou que houve um acordo no começo dos trabalhos de que a CPI não abriria inscrição para senadores, somente no final de todos os deputados inscritos. “O senhor está descumprindo o acordo, presidente”, disse Tatto.

Zucco rebateu afirmando que o acordo era apenas para perguntas e respostas, mas, como Damares tinha uma denúncia de violência contra mulheres, ele abriu uma exceção e permitiu a fala da senadora no começo dos trabalhos. “Essa presidência como deferência abriu a palavra à senadora Damares Alves o acordo está mantido, não há mudança, a inscrição da senadora não pode ser feita pelo infoleg (sistema para votação usado no Congresso). A inscrição que ela fez foi pelo e-mail e essa presidência acatou. Qualquer problema o senhor pode recorrer. Essa presidência deu a palavra à senadora”, disse. “Essa questão não é uma questão comum e vossa excelência sabe disso […] Esta presidência entendeu ser possível escutá-la, uma denúncia contra agressão a mulheres. Acredito que não há necessidade desse tipo de reação”, respondeu Zucco.

Após a confusão, Damares concluiu sua fala e pediu para diversos órgãos serem imediatamente acionados e sugeriu uma força tarefa para investigar a violência contra a mulher em assentamentos e solicitou à CPI que fosse sugerida, antes de sua conclusão, uma força tarefa envolvendo diversos órgãos de Polícia, do Poder Judiciário e do poder Executivo para investigar casos de violência contra a mulher em assentamentos.

Entre as entidades citadas pela senadora estão: Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Ministério Público e os ministérios dos Direitos Humanos, da Justiça e Segurança Pública, da Mulher, da Agricultura e da Agricultura Familiar.

Fonte: Jovem Pan

Alice Corrêa and Redação Leouve

Apaixonada pela comunicação. Além de comunicadora, também possui conhecimento amplo de operações técnicas em rádio e televisão, que foi seu primeiro contato com a comunicação. Atualmente no Grupo RSCOM atua como repórter e apresentadora na Rádio Viva, além de produzir conteúdos para o Portal Leouve e suas plataformas digitais.

Recent Posts

Casal é preso com mais de 60 porções de drogas no bairro Industrial, em Farroupilha

Em outra ação, a Brigada Militar prendeu uma mulher de 18 anos em veículo utilizado…

20 minutos ago

Definidos os finalistas dos Jogos Coloniais da 20ª Fenavinho, em Bento Gonçalves

Equipes voltam a competir no dia 15 de junho, no Parque de Eventos de Bento…

42 minutos ago

Engavetamento com quatro veículos causa congestionamento na ERS-122 em Caxias do Sul

Acidente foi registrado nas proximidades do Viaduto Torto, devido a um estreitamento de pista realizado…

45 minutos ago

Conclave para escolher novo papa começa em 7 de maio, confirma Vaticano

135 cardeais se reunirão na Capela Sistina para eleger o sucessor de Francisco e definir…

1 hora ago

Caxias do Sul Basquete vence Flamengo fora de casa e força quarto jogo dos playoffs do NBB

Com atuação histórica, Caxias supera Flamengo por 78 a 76 no Rio de Janeiro e…

2 horas ago

Paratleta de clube da Serra Gaúcha conquista bronze em etapa mundial de natação nos Estados Unidos

Larissa Rodrigues, do Recreio da Juventude, conquistou o pódio nos 50 metros costas

3 horas ago

This website uses cookies.