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Com salto do setor de serviços, economia caxiense cresce 4,6% em 2023

A economia de Caxias do Sul encerrou 2023 com expansão de 4,6%, segundo dados divulgados na manhã desta quinta-feira (8) pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias) e Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL).

O impulso foi liderado, no acumulado de janeiro a dezembro do ano passado, pelo setor de serviços, que anotou 20,9% de crescimento. Com um dezembro que, apesar das festas, não empolgou, o comércio teve aumento tímido de 0,6%, seguido pela queda de -3,3% na indústria – registro alinhado ao que foi visto no cenário nacional.

Segundo o diretor de Planejamento, Economia e Estatística da CIC Caxias, Tarciano Mélo Cardoso, o salto de serviços vai ao encontro da demanda aquecida pós-pandemia em feiras, eventos, lazer e turismo.

“Foi um setor que sofreu muito com a pandemia (da Covid-19). Ele custou a engrenar. E alguns hábitos modificaram no cenário doméstico aqui de Caxias do Sul, como alimentação, como entretenimento, turismo, foram agregados à vida do cidadão. Isso também gera um efeito de crescimento, mudou um pouquinho a sua base de consumo de receitas oriundas do serviço”, explica.

Após uma diminuição nas vendas da Black Friday e no Natal, o assessor de Economia e Estatística da CDL Caxias, Mosár Leandro Ness, constatou que 2023 foi um “ano de transição” para o comércio. Ele lembrou que o segmento possuía um saldo, no eixo de acumulado do ano, de 12,2% em abril do ano passado. A partir daí, se iniciou uma regressão até atingir 0,6% em dezembro. Uma das justificativas, salientou Mosár Ness, é que boa parcela do público passou a optar pela experiência ao invés da compra de bens, uma tendência que “veio para ficar”.

A boa notícia é que não chegou a haver prejuízo aos comerciantes neste fim de ano, conforme o assessor da CDL.

“Na verdade, o que a gente percebeu foi que os lojistas foram muito comedidos em suas compras. Então compraram coleções mais restritas, não houve um grande acúmulo de peças. Alguns consumidores recuperaram seu crédito, e isso é muito bom, então quer dizer, o comércio não teve uma estacionada, mas não teve um prejuízo que vá levar ao fechamento de empresas locais. De uma maneira geral, nós não regredimos. Talvez a gente não expandiu porque nós queríamos chegar a 28 mil trabalhadores contratados e ficamos estagnados em 27 mil e oitocentos”, reforçou.

Olhando somente o mês de dezembro, em comparação a novembro, a economia caxiense desacelerou -1,1%. A indústria puxou a retração com -10,5%. Por outro lado, serviços (13,5%) e comércio (2,9%) tiveram números positivos.

Mês a mês: "Viemos numa crescente no acumulado de 12 meses até meados do ano. Depois a gente começou a perder um pouquinho de tração. Meses positivos, meses negativos, que é natural em detrimento da situação econômica que a gente tem", ressaltou Tarciano Mélo Cardoso | Imagem: CIC Caxias/divulgaçãomore
Quadro geral da economia, e comparação entre dezembro/2023 (mês atual) e novembro/2023 (mês anterior) | Imagem: CIC Caxias/divulgação

 

O ano de 2023 se encerrou com um total de 161.598 postos de trabalho em Caxias do Sul. Esse é o maior número desde 2015, quando o município atingiu a marca de 164.610 trabalhadores formais. Conforme os dados da CIC Caxias, mais de três mil vagas de emprego foram geradas ao longo de 2023, um crescimento de 2,1% sobre 2022. Serviços e indústria foram os setores que mais contrataram no período.

As exportações caíram 7%, e as importações, 7,6%. Esse desempenho fez com que o saldo da balança comercial caxiense registrasse queda de 5,9% no ano passado, ficando no patamar de U$ 253 milhões. Em 2023, os principais destinos das exportações caxienses foram Estados Unidos, Chile, Argentina, Uruguai e México. E os principais países de origem das importações foram China, Itália, Alemanha, Estados Unidos e Japão.

2024 começa cercado de expectativas e incertezas no cenário econômico, de acordo com os especialistas, em razão de o país registrar um rombo de cerca de R$ 230 bilhões nas contas públicas. Tarciano Mélo Cardoso atenta que isso, aliado a uma safra agrícola menor que a do ano passado, e a uma acomodação de preços de comodities a nível geral, gera apreensão.

“Talvez em 2024 a gente não sinta os efeitos, vai ser um ano de muita cautela, muito cuidado, que a gente vai ter que ter um policiamento muito grande nos orçamentos domésticos, nos orçamentos empresariais, e uma visão muito cautelosa sobre os movimentos que o executivo federal vai fazer para que isso não respingue dentro da nossa sociedade aqui”, alertou.

 

Luca Roth

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