Com 24 assassinatos, Caxias do Sul tem um dos inícios de ano mais violentos da última década

(Foto: Leonardo Lopes/Grupo RSCOM)

Com a execução de um motoboy no bairro Charqueadas neste sábado (25), Caxias do Sul chegou a 24 assassinatos em 2023. A média é de uma morte por violência a cada dois dias. É o segundo início de ano mais violento dos últimos 10 anos, conforme os dados disponíveis pela Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP). Apenas 2017, quando foram 26 mortes em janeiro e fevereiro, teve um primeiro bimestre mais violento que 2023.

Os números da violência costumam ser menores no início do ano por muitas pessoas viajarem durante as férias. Por isso, as lideranças policiais argumentam que estes primeiros meses não estão entre os mais violentos da história da cidade. O recorde negativo pertence a outubro de 2020, quando foram 24 assassinatos em 31 dias.

“Monitoramos com extrema atenção e de forma integrada com outros órgãos de segurança. A leitura que fazemos é que há divergências entres estes indivíduos que se dedicam ao tráfico de drogas. Em uma comparação ao ano passado, que tivemos uma redução histórica nos homicídios, a tendência é que estes números voltariam a crescer. Lutamos diariamente para que não aconteça, mas sabemos numa cidade do porte de Caxias do Sul a tendência é que haja crimes violentos”, avalia o delegado regional da Serra, Augusto Cavalheiro Neto

Contudo, a comparação com o primeiro bimestre dos últimos 10 anos evidencia que a violência está acima da média. Com o último crime, fevereiro de 2023 chegou a 12 mortes e se tornou o mês de fevereiro mais violento. Em 2017, foram 11 casos. Na comparação dos dois meses, janeiro e fevereiro, 2017 como mais violento, afinal janeiro daquele ano terminou com 15 assassinatos.

“A solução é continuarmos o que fazemos. Seja ações mais ostensivas em zonas conflagradas, quanto ações dentro em estabelecimentos prisionais e eventuais transferências de alguma liderança, bem como outras medidas para intranquilizar e incomodar estas organizações criminosas. Nossas delegacias especializadas tem intensificados as investigações. A tendência é que estes números caiam. Talvez não de imediato, mas em médio prazo”, afirma o delegado regional.

Uma destas ações contra o crime organizado foi a revista na Penitenciária Estadual na localidade do Apanhador, no início de fevereiro. A suspeita é que algumas destas execuções tenham sido ordenadas de dentro da casa prisional. O objetivo da revista, portanto, era apreender os celulares ilegais dos presos.