Opinião

Banheiro unissex, uma ideia provocadora

Banheiro unissex, uma ideia provocadora


Volta e meia pessoas e ou instituições nos surpreendem fazendo o inusitado e o inusitado às vezes é o simples. Vejam o que aconteceu esta semana na PUC do Rio de Janeiro: a reitora abriu um banheiro unissex. Isso mesmo, homens, mulheres e indecisos, utilizando o mesmo espaço de forma civilizada – ao menos é o que se espera.

Veja só, o fato é no Rio de Janeiro, dentro de uma instituição católica e, só podia ser assim,  a iniciativa partiu de uma mulher. O ambiente acadêmico talvez seja o melhor para tanto. Mesmo que se saiba que o machismo e o conservadorismo não escolhem em que ambientes se escondem e nos assaltam com atitudes indecentes.

Havendo opção, sei que a maioria das pessoas vai optar pelo banheiro masculino ou feminino – será o meu caso mesmo. Mas perceba-se que este é mais um passo adiante na aceitação da diversidade sexual. Gays e lésbicas certamente se sentirão mais à vontade neste ambiente.

Enquanto isto em São Paulo, o departamento de trânsito reforça uma campanha contra o assédio sexual nos transporte coletivo. Ônibus, vagões de trem ou de metrô são locais em que as mulheres  são assediadas ou agredidas sexualmente. Ali, além dos banheiros separados, há vagões exclusivos para que elas possam ficar distantes de mãos bobas e de “encoxamentos” dissimulados.

Estamos longe, mas muito longe mesmo do dia em que se poderá ter banheiro público unissex como algo natural. Aliás, há sérias ponderações sobre o risco à saúde na forma de se utilizar um banheiro em que não se sabe a procedência de quem foi a pessoas que esteve ali momentos atrás.

A discussão aqui, me parece de um outro cunho: o de que é preciso aceitar as diferenças, porque no fundo somos iguais. É preciso respeitar quem é de outro sexo ou orientação sexual. E que até a simples colocação de uma placa à frente de um banheiro pode servir para fomentar um debate tão necessário quanto este. É, mais uma vez, universidade jogado luz para questões mal resolvidas.