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Após quase 80 anos, Itália volta a ter governo de extrema direita

Pela primeira vez desde 1945 um partido da extrema direita saiu vitorioso das eleições italianas. Assim, Giorgia Meloni deve se tornar a primeira mulher premiê, comandando o governo mais à direita desde a Segunda Guerra Mundial. A aliança da direita obteve mais de 43% dos votos, bem como a maioria na Câmara dos Deputados e também no Senado. Fazem parte dessa união o partidos Liga e Força Itália, este último do ex-primeiro ministro Silvio Berlusconi.

“Devemos lembrar que não estamos no ponto final, estamos no ponto de partida. É a partir de amanhã [segunda-feira] que devemos provar nosso valor”, disse Meloni, de 45 anos, aos apoiadores de seu partido nacionalista Irmãos da Itália.

Em segundo lugar no pleito ficou o Partido Democrático (PD) de centro-esquerda e em terceiro o Movimento Cinco Estrelas (MS5). Ainda assim, um dado que chamou atenção foi o de abstenção, de 36,2%, o maior da história. Conforme o professor de História e especialista em cidadania italiana, César Augusto Prezzi, o novo governo assumirá uma postura completamente diferente do que estava no poder.

“A direita reassume o poder depois de um longo período do pós- guerra e a Meloni conseguiu cooptar uma série de descontentamentos que existem em relação ao desemprego, a guerra [entre Rússia e Ucrânia], momento em que há inclusive dificuldades no fornecimento de energia e de gás vindos da Rússia, uma série de problemas de fluxos de imigração que vem de vários países do Leste Europeu e do Norte da África”, comentou Prezzi.

Relação com o Brasil

De acordo com o especialista, a relação do novo governo italiano com o Brasil dependerá dos resultados do pleito brasileiro.

“Se for um governo de direita irá ter uma maior sintonia no fluxo dos negócios, dos intercâmbios e dos próprios interesses de cada país”. 

Leia também: Inflação do Brasil já é a 6ª menor entre países do G20, afirma levantamento

Ao mesmo tempo, ele acredita que as ligações históricas entre os países devem prevalecer “os inúmeros interesses e a força da comunidade italiana existentes vai manter essa proximidade dos negócios e em todos os setores porque é interessante para ambos”. 

Cidadania italiana

Ainda segundo o professor, atualmente cerca de três milhões de gaúchos são “por nascimento” italianos, ou seja, possuem descendentes do país e, por consequência, o direito à cidadania. Ele destaca que, em um primeiro momento, essas questões não devem mudar. Entretanto, para novos imigrantes, como os de origem do Norte África e da Ásia “para estes, acho que o governo eleito vai exercer uma limitação. Já para os brasileiros “por sangue”, no futuro poderá haver tais limitações.

Vale lembrar que, pela Constituição Italiana, os descendentes sanguíneos tem o direito de pedir o reconhecimento da cidadania.

Marcos Cardoso

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