Pois a cena descrita no parágrafo anterior, típica de uma dessas operações anticorrupção que vemos todos os dias nos jornais e na tevê patrocinadas pela Lava-Jato e que já caiu na rotina das redações, não foi vista em Brasília, em São Paulo ou no Rio de Janeiro, mas aqui na Serra Gaúcha.
E talvez seja isso o que mais chama a atenção e choca a comunidade de Bento Gonçalves: aconteceu mais perto do que se podia imaginar, e isso nos dá a terrível certeza de que não estamos imunes à corrupção.
A verdade é que ninguém está. E aí nos damos conta da pior maneira que, como tem sido frequente no país inteiro, estamos diante de uma investigação de corrupção que abala as estruturas e os pactos de coexistência política de nossa sociedade.
Sim, porque se trata exatamente disso: da ganância hipócrita de quem acredita que o dinheiro compra a ética e o futuro, e que interesses comezinhos podem ser maiores que o planejamento à base de agrados e propinas, o que corrompe não apenas o corruptor e o corrompido, mas toda a sociedade.
O caso de Bento envolve as permissões construtivas na cidade dentro do processo de revisão do Plano Diretor, e as suspeitas indicam a montagem de um esquema para garantir o voto amigável dos vereadores em troca do pagamento de propina.
E eu nem vou aqui julgar o mérito sobre se construir mais alto aqui ou acolá é certo ou errado, porque não é isso que vem ao caso neste momento. O grave nesse episódio é que há indícios muito graves de que os ilícitos ocorreram, e é preciso deixar claro aqui que cabe apenas à Justiça um julgamento, com serenidade e garantindo o sagrado direito à defesa de cada investigado.
É claro que, nesse momento, é preciso deixar a ingenuidade de lado e entender que, apesar do choro e do ranger de dentes, a experiência ensina que a corrupção pode bem ter ocorrido, mas exageros também são pontuais, produzindo mais escândalo do que fatos.
E exatamente por isso é preciso cobrar da Justiça que realmente conclua seu trabalho, parta elucidar o caso, dar uma satisfação à população e eliminar essa sensação de impunidade que envergonha e torna ainda mais dura a luta contra a corrupção.
Independente do resultado das investigações, o certo é que há muito a lamentar. Porque, em tese, são os vereadores a representação popular perto do poder, para fiscalizar, para ordenar, legislar, proteger os interesses e garantir atendimento às necessidades do cidadão.
Se são eles a se corromper, como ficamos todos nós? E, inevitavelmente, a resposta é outra pergunta: afinal de contas, vivemos em uma cidade e em uma sociedade condenadas à corrupção endêmica ou há maneiras de reduzir a chaga? Com a resposta, o futuro.
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