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“A pior onda parece ter passado”, diz infectologista sobre a Covid-19

Depois de registrar pico de casos confirmados para a Covid-19 em janeiro deste ano, as internações por conta da doença mantêm tendência de queda desde a metade de fevereiro no Rio Grande do Sul. Com o início do ano letivo e o retorno de boa parte da população do litoral gaúcho após as festas de Carnaval, especialistas alertam que a rede de saúde pode voltar a registrar crescimento das hospitalizações em março – embora em menor proporção do que em janeiro.

Para a coordenadora da Comissão de Controle de Infecções do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Caroline Deutschendorf, desde o ano passado se percebe um ‘comportamento mais afrouxado das pessoas’ no que diz respeito aos cuidados para evitar a disseminação da doença. “O que parece é que realmente a pior onda parece ter passado, porque esse comportamento já vinha se dando há mais tempo, desde as festas de fim de ano”, observa.

Apesar do Carnaval motivar aglomerações, Caroline afirma que pode ocorrer uma nova ‘flutuação dos casos’, mas sem grande mudança em relação ao cenário observado em dezembro, com as festas de fim de ano. “Não sei se o comportamento no Carnaval mudou em relação ao que está acontecendo no verão todo, acho que as pessoas já têm afrouxado as medidas de modo geral. Claro que Carnaval motiva mais as pessoas a se reunirem, mas já houve período de férias prolongado, onde a maioria das pessoas já pode tirar”, destaca.

A infectologista ressalta que houve um pico muito grande de novos casos confirmados no fim de janeiro e início de fevereiro principalmente. “E isso incluiu também casos pediátricos, o que nunca foi muito esse cenário. Proporcionalmente tivemos também aumento de casos de crianças, mas sempre casos muito leves ou até o que a gente chama de incidental, que a gente descobriu que tinha Covid-19 mas que estavam doentes por outros motivos”, afirma, acrescentando que os casos pediátricos são menos frequentes e ‘muito mais leves’.

Sobre o decreto estadual que retira a obrigatoriedade do uso de máscaras por crianças de 6 a 11, ela afirma que é preciso pensar num escalonamento de retiradas das medidas de precaução num momento em que há redução dos casos confirmados da doença e das internações. “É lógico que se comece pelas crianças, considerando esse menor risco que elas apresentam”, destaca. Ela ressalta, no entanto, que os desdobramentos da medida precisam ser observados. “A gente não tem como ter absoluta certeza de que não vai mudar nada”, frisa.

Ela lembra que as crianças estão recebendo a segunda dose da vacina contra a Covid-19, o que vai deixar boa parte imunizada. “Isso vai ajudar a ter mais consistência nessa medida”, acrescenta. Caroline recomenda que as crianças que apresentam algum sinal de infecção devem usar máscara.

Fonte: Correio do Povo

Pamela Jantsch

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