12 rótulos recebem Selo IP Altos Montes nesta quinta-feira (2) em Flores da Cunha

Ocorreu na noite desta quinta-feira (2), a entrega do Certificado de Produto Aprovado para o uso do Selo de Indicação de Procedência Altos Montes Safra 2021. O evento foi realizado na Escola de Gastronomia da UCS, em Flores da Cunha.

A entrega do Selo foi feito pela Associação de Produtores dos Vinhos dos Altos Montes. A certificação contemplará 12 rótulos, produzidos por seis vinícolas associadas.

As vinícolas que receberão o Selo são: Boscato Vinhos Finos, Cave de Angelina, Luiz Argenta, Vinhos Fabian, Vinhos Viapiana e Vinícola Bebber.

Os vinhos avaliados são somente da safra 2021 e muitos deles inclusive estão em tanques de aço inox ou em barricas de carvalho, poucos produtos estão engarrafados. A proposta é o produto estar apto ou não a receber essa indicação e fazer parte dos produtos com selo de indicação de procedência que compõe a região dos altos montes.

Roberta Boscato, representante da Vinícola Boscato Vinhos Finos nos conta qual é o sentimento de receber este certificado nesta noite:

“Gratidão, de missão cumprida depois de 20 anos de associação, a Boscato foi uma das fundadoras dos Altos Montes e o selo corrobora pra uma conquista de um trabalho que vem sendo feito já a muitos anos”.

Essa é a segunda edição, a primeira foi em 2020, uma safra bastante comentada tida como a safra das safras com um perfil de maturação muito bom e em 2021, mesmo tendo horas de sol a menos, tendo uma temperatura média menor frente a 2020, consegue-se perceber uma atipicidade muito marcada nos vinhos e grandes virtudes que começam a se destacar, inclusive comentada e ressaltada pelos degustadores presentes no dia, como um frescor, uma acidez, um potencial de envelhecimento, um potencial de guarda muito bom nos vinhos aqui produzidos. Fazendo-se esse trabalho já pelo segundo ano começa-se a perceber alguns nortes, algumas variedades que tem um grande poder de adaptação as condições climáticas que encontram-se aqui em Flores da Cunha e Nova Pádua.

O enólogo e coordenador da IP Altos Montes, Felipe Bebber nos fala sobre a importância deste trabalho.

“Esse trabalho é muito importante pra gente entender como vai ser todo planejamento futuro no plantio de novas áreas, de novos vinhedos para poder falar com propriedade, com segurança tanto para as vinícolas integrantes do projeto como pra os novos produtores de uva que queiram fazer essa aposta no plantio de uvas finas. É uma tendência de se ter cada vez mais essa conversão uma parte da propriedade talvez destinar a produção de uvas finas com esse valor agregado e todo esse trabalho dá uma base muito boa para o entendimento do que funciona e do que não funciona tão bem. A indicação de procedência além de garantir a qualidade dos produtos e ter um selo de certificação de que esse produto passou por um processo específico de produção e elaboração é um grande aprendizado”, ressalta Felipe.

Nos anos 2000 teve uma leva de plantio de uvas finas, tudo era feito sem experiência, sem saber o que dava certo, não se tinha uma bagagem tão rica quanto se tem hoje e ainda se tem a possibilidade de verificar os vinhos, degustar submeter essas avaliações as cegas pra realmente ver se esse produto tem um perfil que ano após ano ele se comporta de uma forma positiva. Conseguir plantar um vinhedo já sabendo que ha uma variedade, um clone, um sistema de condução adequado a chance desse projeto dar certo é muito maior do que ingressar numa aposta sem nenhum embasamento.

A iniciativa de se ter a indicação de procedência é muito antiga, esse trabalho iniciou em meados de 2012 e a primeira safra foi apenas colocada em degustação em 2020, já se tem projeção para fazer a 2022. “Daqui pra frente nós não regressaremos mais, cada vez degustando mais amostras mais vinhos e conseguindo um perfil cada vez mais completo, é um trabalho que só vai ganhando corpo ano após ano, queremos criar uma marca coletiva da região” relata Felipe.