Estado

RS registra menor taxa de desocupação no terceiro trimestre dos últimos nove anos

O Boletim do Trabalho referente aos meses de julho, agosto e setembro, demonstram a recuperação da economia do Rio Grande do Sul após as enchentes de maio. O número de pessoas ocupadas registrou variação positiva de 2,1% em relação ao trimestre anterior. O dado se refere a 122 mil vínculos de trabalho. 

O relatório foi divulgado nesta terça-feira (17). A publicação trimestral é elaborada pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG). O documento contempla os desempenhos do mercado de trabalho e do emprego formal no Rio Grande do Sul.

A estatística também revela outro dado relevante no contexto. A taxa de desocupação (TD), se comparada em relação ao mesmo período do ano anterior, registrou uma retração de 5,9% para 5,1% no RS. Considerando-se apenas os terceiros trimestres do ano, este é o menor nível da taxa de desocupação desde 2015 na série temporal da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 

Outros indicadores

Ainda conforme o levantamento, na comparação com o ano passado, o Estado também apresentou variação positiva no número absoluto de ocupados, com aumento percentual de 2,4%. Santa Catarina (4,3%), Paraná (2,4%) e São Paulo (2,3%) acompanharam o bom desempenho, assim como o percentual nacional (3,2%).

Na mesma comparação, no terceiro trimestre, a taxa de desocupação apresentou queda em SC, de 3,8% para 2,8%, e no País, de 6,9% para 6,4%. Paraná e São Paulo mantiveram-se estáveis, com 4% e 6%, respectivamente.

O documento foi elaborado pelos pesquisadores Raul Bastos e Guilherme Xavier Sobrinho, a partir de informações da PNAD Contínua e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) – base estatística produzida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). 

“Após um momento adverso no mercado de trabalho gaúcho, em razão dos eventos meteorológicos extremos do segundo trimestre de 2024, em outubro o estoque de postos formais já superava, por pequena diferença, o patamar de abril, anterior ao desastre. Importante lembrar que, em maio e junho, o Rio Grande do Sul perdeu 30 mil empregos formais. A redução sofrida só encontra paralelo, em magnitude, nos dois primeiros meses de eclosão da Covid-19, em 2020”, explicou Sobrinho, referindo-se aos dados apresentados na série histórica do Novo Caged.  

Em 12 meses

A análise dos dados acumulados dos últimos 12 meses, entre outubro de 2023 e outubro de 2024, evidencia acréscimo de 2,2% no estoque de empregos formais, com o total de 61,7 mil novos postos de trabalho.

Ainda que positivo, o resultado mantém o Rio Grande do Sul na última posição entre as Unidades da Federação quanto ao percentual de aumento de empregos formais. O topo do ranking é ocupado pelo Amapá, que, no mesmo período, apresentou variação de 10,6%. 

Os setores que mais contribuíram para a expansão do emprego formal no RS foram Serviços, com percentual de 63,3%, e Comércio, com 19,1%. Construção respondeu com 12,2%, resultado considerado expressivo para o setor, uma vez que detém apenas 5% do emprego formal gaúcho. Já a Indústria contribuiu com 5,8% dos empregos adicionais e a Agropecuária, o menor setor no mercado formal, foi o único a enfrentar uma retração próxima à estabilidade.

A análise dos diferentes grupos populacionais aponta que as mulheres ficaram com 59,1% dos empregos gerados no RS nos últimos 12 meses, o equivalente a 36,5 mil postos de trabalho. A vantagem em relação aos homens se verificou em todos os cinco principais grupamentos setoriais, com exceção da Construção.

Informalidade

O documento também demonstra que na comparação entre o terceiro trimestre de 2024 com o mesmo período de 2023, o número absoluto de ocupados informais subiu 7% no Estado, valor superior ao do país, de 2,4%. O percentual do RS representa mais 128 mil pessoas no mercado informal. 

O recorte por sexo, na comparação do terceiro trimestre de 2024 com o mesmo período de 2023, mostra que a ocupação informal cresceu mais entre os homens, com acréscimo de 81 mil pessoas, do que entre as mulheres, com 47 mil. 

Em relação à segmentação por idade, a ocupação informal no terceiro trimestre de 2024, em termos interanuais, cresceu mais entre os jovens de 14 a 29 anos (9,4%, mais 42 mil pessoas), e entre os idosos de 60 anos ou mais (11,4%, mais 33 mil pessoas). 

A análise do DEE aponta, ainda, que a ocupação informal foi superior, no terceiro trimestre, entre os negros em comparação aos brancos: 10% contra 5,9%. 

Fernando Santos

Recent Posts

Deputado destaca busca por turismo integrado na Serra Gaúcha

Gustavo Victorino é presidente da Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e Turismo da Assembleia Legislativa…

15 minutos ago

Famílias que perderam imóvel em função das enchentes em Caxias do Sul terão isenção de ITBI

A proposta facilita a regularização das moradias e a transferência de imóveis em programas do…

23 minutos ago

Durante debate em Farroupilha, vice-reitor da UFRGS estima que campus na Serra deva contemplar até 600 estudantes

No encontro, foi repassado que no primeiro momento, seis cursos devem estar disponíveis aos alunos

53 minutos ago

Engenharia do Corpo oferece até 20% de desconto na conta de luz com o programa ECEV – Energia Verde

Parceria com a Simplifica Energia amplia benefícios e reforça compromisso da rede com sustentabilidade e…

2 horas ago

Legendárias

Pra quem tem que andar pela vida todos os dias na pele de uma mulher,…

2 horas ago

Vinho e espumante viram símbolos oficiais do RS e reforçam identidade cultural do Estado

No Palácio Piratini, governador Eduardo Leite sanciona lei que reconhece a relevância histórica, econômica e…

2 horas ago

This website uses cookies.