Estado

Intenção de consumo de famílias gaúchas tem menor índice desde 2020

O índice que mede a Intenção de Consumo das Famílias Gaúchas (ICF-RS) registrou 57,4 pontos em abril de 2025. No mês anterior, esse índice registrou 59,5 pontos (-3,6%) e 65,2 pontos (-12,0%) em abril de 2024. A pesquisa, realizada pela CNC, ocorreu nos últimos dez dias de março de 2025 em Porto Alegre. O ICF e seus componentes variam de 0 a 200 pontos. Resultados abaixo de 100 pontos denotam uma opinião média pessimista, que é mais intensa quanto mais próximo de 0 se encontra o indicador.

Sem sinais de recuperação da confiança, o ICF-RS permanece abaixo do nível registrado no mesmo período do ano anterior, atingindo, inclusive, seu menor patamar desde dezembro de 2020, quando registrou 56,9 pontos. Nesta edição, seis dos sete componentes do índice apresentaram retração na margem. A única exceção foi o componente Emprego Atual, que avançou 0,8% e atingiu 79,2 pontos, sinalizando uma leve melhora na percepção das famílias quanto à sua situação no mercado de trabalho — com mais pessoas se sentindo seguras, ou ao menos da mesma forma, em relação ao mês anterior. Entre os destaques negativos, o principal foi o indicador de Momento para Duráveis (14,3 pontos) com a maior queda no mês (-15,2%). Além disso, os indicadores relacionados ao consumo apresentaram relevante deterioração: o Consumo Atual caiu 6,8%, atingindo 52,3 pontos, enquanto a Perspectiva de Consumo recuou 6,6%, chegando a 72,4 pontos — evidenciando o impacto da inflação e dos juros elevados sobre o comportamento das famílias.

Análise do ICF-RS e Perspectivas Econômicas

“O ICF-RS atingiu em abril deste ano o menor nível desde dezembro de 2020, o que evidencia a fragilidade da confiança das famílias gaúchas diante do atual cenário econômico. Apesar de uma leve melhora no componente de Emprego Atual, a queda generalizada nos demais indicadores — com destaque para Momento para Duráveis e Consumo — reflete as dificuldades enfrentadas pelas famílias em meio à inflação elevada, juros altos e incertezas externas”, comentou Luiz Carlos Bohn, presidente da Fecomércio-RS.

Yago De Boni

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