Ato na praça Itália, no bairro Praia de Belas, protestou contra decreto-lei que restringe cidadania a apenas filhos e netos de italianos. (Foto: Camila Cunha)
Insatisfeitos com a aprovação de novas regras para obtenção da cidadania italiana, reuniu centenas de descendentes em ato na Praça Itália, bairro Praia de Belas, em Porto Alegre, neste sábado (03). A ação foi um protesto contra decreto-lei que busca definir que, para obter a cidadania italiana, é necessário ter pais ou avós nascidos no país. As medidas legislativas foram aprovadas pelo Conselho de Ministros da Itália no final de março.
Os participantes empunhavam cartazes com dizeres em italiano “nós também somos italianos”, “decreto inconstitucional” e “decreto da vergonha”. Segundo Tatiane Rodrigues, organizadora do ato e que trabalha com a cidadania, ressalta que o decreto-lei afetaria tanto tanto quem já está no processo de obter cidadania, quanto quem ainda pretendia fazer a solicitação.
“O objetivo principal é mostrar que a gente é italiano, tanto quanto os italianos que residem na Itália. Está na Constituição italiana que todo filho de italiano é italiano desde o nascimento. Então, não é um decreto, não é um ato político que vai tirar o nosso direito à cidadania italiana”, afirma.
A manifestação ocorreu em conjunto com outros lugares do Brasil, onde residem descendentes de italianos, como São Paulo, e internacionalmente, como Roma,na Reggio Calabria, no Sul da Itália e em Buenos Aires.
No dia 28 de março, o Conselho de Ministros da Itália aprovou um conjunto de medidas legislativas, propostas pelo Ministério das Relações Exteriores e Cooperação Internacional, que visam reformular a regulamentação para obter a cidadania italiana.
As mudanças foram anunciadas pelo ministro das Relações Exteriores e Cooperação Internacional da Itália, Antonio Tajani, e publicadas por meio de um decreto-lei na Gazzetta Ufficiale Della Repubblica Italiana.
O decreto-lei quer definir que, para obter a cidadania italiana, é necessário ter pais ou avós nascidos na Itália. Pela lei italiana e a norma iure sanguinis (”direito de sangue”), aprovada no Conselho de Ministros, a cidadania é passada por sangue, independente de onde a pessoa tenha nascido, e os descendentes de italianos eram considerados desde o nascimento.
Portanto, bisnetos e trinetos de italianos poderiam conseguir a nacionalidade – o que pode mudar agora caso o decreto-lei seja aprovado. Se for, as pessoas que estão na fila para a obtenção da cidadania perdem a possibilidade de apresentar por via consular seus documentos.
Ainda, que caso os pais de nascidos fora da Itália não tiverem vivido pelo menos dois anos antes no país, os filhos não terão direito à cidadania. A decisão final do decreto deve ser feita até o final de maio.
Para ser aprovado e considerado lei definitiva, ou até mesmo modificado ou vetado, ele precisa ser ratificado pelo Parlamento italiano em até 60 dias desde o início para vigorar.
Enquanto isso, todos os procedimentos para obtenção do reconhecimento da cidadania, como marcação de novos agendamentos e a inscrição nas listas de espera para apresentação dos pedidos de reconhecimento estão suspensos. Quem já havia protocolado o pedido administrativo para obter a cidadania até 23h59min do dia 27 de março, horário de Roma (19h59 no horário de Brasília) não será afetado.
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