Filhotes mortos e maus tratos; polícia resgata mais de 100 cachorros em canil clandestino na Serra Gaúcha

Uma operação conjunta das forças de segurança e proteção ambiental de São Francisco de Paula, nos Campos de Cima da Serra, deflagrada nesta terça-feira (18), localizou mais de 100 cachorros em situação de maus-tratos em um canil clandestino. A ação coordenada entre a Polícia Civil, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade, através do Departamento de Proteção Animal, a PATRAM e as ONGs Amigos de Rua e Pata Santa, localizaram os animais em uma propriedade localizada na Estrada da Carapina.

Foram encontrados animais submetidos a condições extremas de crueldade, além de quatro filhotes mortos em estado de decomposição. Segundo a Polícia, a ação ocorreu depois do recebimento de denúncias de vizinhos. O responsável pela propriedade foi encaminhado ao presídio local.

No local, também foram encontrados medicamentos vencidos e um livro de procedimentos cirúrgicos, levantando suspeitas sobre procedimentos irregulares. As evidências coletadas, que incluem laudos veterinários e registros fotográficos, levaram à prisão em flagrante do responsável, que não teve fiança arbitrada.

Os animais resgatados estão sob responsabilidade da ONG Pata Santa, mediante termo de depósito, para que recebam os cuidados adequados e, posteriormente, sejam encaminhados à adoção responsável.

Uma das representantes do Amigos de Rua, Gisele Maganini, contou que os cachorros foram encontrados muito magros e sujos, com diversos deles doentes. Entre eles, cachorros das raças cocker, galgo afegão e poodle.

“Eles reproduziam para vender, sem nenhuma vacina e nenhum restauro. Tinha arroz podre cozinhando, não tinha meio pacote de arroz para todos aqueles cães. Eles estavam passando fome. Estavam em um lugar insalubre. Dentro da casa, com fezes, fechados em gaiolinhas, fechados em uma peça e fechados em um corredor”, descreve Gisele.

A Polícia Civil afirma que segue acompanhando o caso e reforça que maus-tratos a animais são crimes passíveis de punição severa. A delegada, Fernanda Aranha, responsável pela Delegacia de São Francisco de Paula, enfatiza que este caso evidencia a importância da atuação conjunta entre as forças de segurança, órgãos ambientais e entidades protetoras na luta contra crimes dessa natureza.