Memória LEOUVE

Invasores

Invasores


Milhares de escolas estão ocupadas, ou sob “ocupações”. Palavra intrigante, que nos leva a indagar: ocupadas por quê? Antes estavam desocupadas?

 

Ocupação, para o Houaiss, é um modo de aquisição da propriedade de coisa móvel sem dono ou abandonada. Não parece ser o caso, pois as escolas têm dono – a população – e são usadas por alunos, professores, funcionários e pelas comunidades que as circundam. O verbete que surge como alternativa é invasão – palavra velha, que por certo os ocupantes julgariam reacionária.

 

Ignorante curioso, insisto. Segundo o mesmo amansa-burro, invasão é crime que consiste na entrada, sem autorização, em estabelecimento de trabalho com o objetivo de prejudicar as atividades normais; ato de penetrar (em local, espaço etc) ocupando-o pela força. Chamemos os ocupantes, então, por seu verdadeiro nome: invasores. E usurpadores também, pois se assenhorearam, por meios ilegais, daquilo que não lhes pertence.

 

Os invasores alegam lutar em defesa da democracia, mas proíbem alunos, professores e servidores que são contra as invasões de gozarem dos direitos fundamentais de ir e vir, estudar e trabalhar. Não lhes basta protestar, piquetear ou se recusar a ir à escola – decisões e atitudes legítimas: é preciso constranger e coagir toda a comunidade a aderir à mesma política.

 

As diretorias e reitorias, diante das centenas de invasões que ocorreram nas últimas semanas, declaram que “estão em compasso de espera, acompanhando a movimentação das ocupações”, não tomando medida alguma. Ou seja, apoiam as invasões. No mínimo, por omissão.

 

Até agora nenhuma autoridade restabeleceu os direitos constitucionais atacados. O Estado, com medo de ser chamado de fascista, acaba aceitando a retórica falaciosa dos invasores. Polícia nem pensar, é coisa de ditadura. E assim ficam livres os anjinhos para delinquir à vontade.

 

A “classe estudantil” é cheia de energia mas não tem nada na cabeça, que acaba ocupada e dirigida por partidinhos com escasso apoio social e uma insignificante representação política. A esquerda que perde nas urnas está por trás desses movimentos e quer impingir à sociedade, goela abaixo, as suas ideias, abusando e se apossando do direito dos outros. A única ocupação verdadeira é a da cabecinha da juventude pela esquerdismo desmiolado.