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Assis Melo: 'Cortar 50% dos CCs e contratar 80 médicos '

Assis Melo: 'Cortar 50% dos CCs  e contratar 80 médicos '


Pergunta –  Assis Melo que é o candidato do PC do B à prefeitura de Caxias do Sul, tem 53 anos  e é presidente licenciado do Sindicato dos Metalúrgicos da cidade. Ele foi eleito vereador mais votado de Caxias d Sul  em 2008  e deputado federal em 2010, não conseguindo a reeleição em 2014. Desde 2001, Assis Melo é o principal líder da categoria dos metalúrgicos em Caxias do Sul . Ele se candidata pela segunda vez a prefeito , sem apoio de outros partidos . Seja bem-vindo, candidato Assis Melo a essa série de entrevistas que o Grupo RSCOM prepara com os candidatos a prefeito de Caxias do Sul. 

Assis Melo – Primeiramente, Fora Temer e os golpistas  e viva a democracia e os direitos dos trabalhadores. Para mim, Rogério, é sempre uma honra poder estar aqui conversando com os ouvintes, com os internautas, afinal, a população de nossa cidade, de Caxias, mas porque não dizer da nossa região. Então eu agradeço desde já e quando a gente fala em democracia é isso né. Nós somos candidatos em uma importante cidade do nosso estado, do nosso país , para fazer diferente. Fazer diferente do que foi a administração , que é essa administração ao longo desses 12 anos,mas também apresentar a visão política sobre o momento político que passa o nosso país . Então esse é o nosso compromisso nesta campanha neste ano. 

 

P – Vamos começar discutindo saúde, candidato. Uma das principais demandas da população na área da saúde de Caxias do Sul  é colocar a UPA Zona Norte em pleno funcionamento . Como garantir o funcionamento adequado , arcando com os custos com equipes médicas  e equipamentos? 

AM – Nós temos uma proposta bem concreta para  a área da saúde. É a questão da UPA Zona Norte. Nós vamos abrir a UPA, por em funcionamento . Agora, essa é uma questão importante porque eu tenho acompanhado em outros órgãos de imprensa que a administração  que está aí diz que vai abrir a UPA, vai por em funcionamento,. Então, se tiver em funcionamento até 1º de janeiro de 2017 nós vamos dar continuidade. Se caso ainda não tenha sido, nós vamos procurar colocar ela em funcionamento . Outra questão, Rogério, é que nós pretendemos diminuir 50% os Ccs , cargos de confiança, e com isso dá para contratar 80 médicos, que é uma demanda hoje, que não existem médicos nas UBSs e nós pretendemos contratar esses profissionais para que haja o atendimento  da população que mais precisa , que tenha o atendimento lá na unidade básica de saúde. 

 

P- Candidato, mais do que a ausência de médicos a gente percebe , entre reclamações da população, é que o médico não está presente na UBS. Ele não cumpre a carga horária, digamos assim, é uma reclamação geral quanto à permanência dos médicos nas unidades e os horários a serem cumpridos . É possível a gente cobrar e fiscalizar o cumprimento da carga integral de trabalho . Não se poderia, por exemplo, fornecer um informativo na parede de entrada de cada unidade de saúde , com a escala, com qual médico e qual horário deve cumprir, e claro um telefone para se criar denúncias a respeito disso? 

AM – Eu acho que é uma questão de compreensão  e de uma relação aí que a gente precisa compreender . Não só a necessidade da população e as condições que cada profissional está trabalhando. Então temos que ter, dentro da administração os compromissos. O atendimento que a gente tem sempre procuramos a busca da legislação , da lei, não só para garantir o nosso direito, mas também o nosso dever . Então é preciso que nós consigamos esta compreensão entre as condições de trabalho  e a necessidade que a população tem de receber esse serviço. Então, o profissional, o médico, tem claro que cumprir o seu horário e , ao mesmo tempo , a administração tem que dar condições para que esse profissional possa cumprir, da melhor forma,o seu trabalho e suas condições de trabalho. 

 

P – Candidato, hoje, informalmente, o médico , na verdade, não cumpre uma carga horária, ele cumpre uma determinada cota de atendimentos o que pode fazer com que até esse atendimento se torne superficial. Como o senhor pretende mudar essa realidade?

 

A. M – Isso são questões bem importantes que , às vezes, é o seguinte: o médico tem duas horas para cumprir com determinada quantia de atendimentos para serem feitos, nós podemos dizer para o médico o seguinte, tu tens que atender duas horas e ele pode levar duas horas para atender um paciente e ele cumpriu as duas horas dele ou então determinar um a cota de atendimento. Tantas vezes a gente diz o seguinte, tens que cumprir as duas horas mas o procedimento do atendimento é o médico que faz, então, tu vês, tem que ter o bom senso das coisas. Então nós não podemos determinar o tempo e achando que vai resolver o problema. Nós podemos é causa problema. Então essa questão, às vezes, é muito sensível. Que às vezes, não é simplesmente tu dares um canetaço do ponto de vista administrativo . Chegar lá para o médico e dizer o seguinte, tu cumpres duas horas aqui. Tudo bem eu vou atender cinco pessoas  e ele cumpriu as duas horas. Então tu vês que não é simplesmente a determinação , como tu falastes antes, colocar um papel na parede com um telefone para as pessoas ligarem . Simplesmente não atende ou deixa de atender. É uma questão muito mais sensível de um entendimento e de um comprometimento maior das condições de que um médico está atendendo e do tempo necessário para fazer a consulta . Porque nós também não queremos que o paciente chegue lá no atendimento, na frente do médico , o médico olhe para ele, assine uma prescrição médica  e entra outro , entendeu? Não é esse tipo, ah tem que ter produtividade, não é esse tipo de coisa que a gente quer , a  gente  quer o atendimento normal com as pessoas e que o profissional tenha tranquilidade para desenvolver tranquilamente o seu pape e seu conhecimento como profissional na área da saúde. 

 

P- Candidato, o senhor fala na contratação de 80 novos médicos. Em que regime será contratado, o senhor pretende abrir um concurso público para essas vagas? 

 

A.M – Sim. Essa é uma questão importante . Nós vamos abrir concurso . É claro que também hoje dentro da legislação tem a questão emergencial , mas não será exclusivamente na forma emergencial , mas nós queremos por e contratar por concurso público dentro das regras normais que a legislação nos permite. 

 

P- Um outro problema a ser enfrentado por quem for o próximo prefeito de Caxias do Sul é a carência em especialidades médicas. O que gera uma demora no atendimento e , consequentemente, mais atendimento nos hospitais no resolutivo. Como resolver esta questão?

 

A. M- Eu acho que nós precisamos tratar é da saúde. Normalmente, essas questões aí já é da doença. Então quando tu trabalhas na prevenção , nós vamos também podermos diminuir essa necessidade hoje de exames ou das filas. Agora isso tudo  são questões que precisam ser trabalhadas e administrada dentro de uma necessidade  de hoje que nós temos, porque isso dentro de exames, de especialidades existem filas realmente, que as pessoas não vão ter o atendimento . Nós precisamos buscar parcerias, o plantão, para que a gente determine um tempo para que a gente possa zerar essas questões e dar uma funcionalidade maior dentro do sistema. Então, são necessidades hoje que a gente precisa constituir um novo tipo de atendimento  e para isso precisa sim o diálogo com os profissionais, para que esta questão especialmente de um mutirão , nessa questão da especialidade, dos exames, das necessidades    , mais urgentes e de filas enormes, que a gente possa constituir plantões para que a gente possa superar isso  e depois ter um regulamento para que a gente não possa deixar as pessoas necessitadas esperando por longo tempo , às vezes, quando vai fazer o exame já não tem mais condições.

 

P – A gente fala muito do problema do financiamento da saúde . Em todo o país é um problema isso. Caxias hoje é referência para 48 municípios na saúde. Muitos entendem que essa referência precisa vir acompanhada de um financiamento por parte desses municípios. O senhor pretende encaminhar uma negociação para que haja contrapartidas dos municípios que são atendidos pelo sistema público de saúde em Caxias?

 

A.M- Essa questão é uma questão importante. Só para quem nos está ouvindo e aqui pela internet nos vendo saber, hoje, Caxias ela recebe em torno de R$ 40 mil  a menos por ano, diferente de Pelotas  e Canoas. Caxias, como tu mesmo colocastes, é uma cidade referência para essa grande região aqui . Então essa questão é uma questão que precisa ser tratada. E nos últimos 20 anos as administrações que passaram pelo município não trataram isso. Então nós precisamos, não só repactuar  a questão hoje do orçamento da saúde, em termos iguais ou até maiores  do que Canoas e Pelotas .

 

P- O senhor fala dos repasses estaduais?

 

A.M – Dos repasses do estado. São R$ 40 milhões ano menor. Então esta questão é importante. Que nós queremos também repactuar esse valor e agregar. Hoje, se nós formos só iguais a Canoas , já ganharemos R$ 40 mil ano  a mais do que está vindo hoje, Então essa questão é uma questão importante e  aí precisa realmente ter condições política, força política da reivindicação e da articulação com os restantes dos municípios  e com a secretaria para que nós possamos equiparar pelo menos esses valores que são valores importantes.

 

P – A gente tem falado sobre essa questão da resolutividade da saúde, mas a gente esquece um pouquinho  do interior de Caxias do Sul que as pessoas reclamam que falta UBS, falta atendimento. A gente ainda tem carência muito grande no interior Como resolver essas questões e há dinheiro para isso tudo, Assis?

 

A.M – Eu acho que a gente pode colocar não só nessa questão que a gente colocou. Essa questão das contratação de médicos. Agora, nós temos observado, a gente sai aí pelo interior,a gente tem visto o que é a UBS  móvel . Então a gente pode, nesta questão do interior, ter uma UBS móvel que leve junto a questão do médico, do dentista e isso possa ter condições de atender melhor no interior da nossa cidade. E aquele município que a gente tenha condições de fisicamente ter uma UBS , também vamos analisar. Mas eu acho que se a gente tiver essa questão do atendimento móvel, a gente pode suprir uma necessidade, hoje, que as pessoas têm que o deslocamento para Caxias para poder ter o atendimento . Essa questão é uma questão importante  e que a gente tem que buscar dentro das condições financeira, ms também da criatividade , que às vezes precisa disso na administração para poder dar condições do atendimento à população. 

 

 

P- Ok, Outra questão fundamental na cidade de Caxias do Sul, hoje, são os problemas de mobilidade urbana . O senhor tem uma visão peculiar sobre o sistema implantado por esta administração , do transporte coletivo, gostaria que o senhor fizesse uma avaliação desse novo sistema  e quais são seus planos para expandir esse modelo ou modificá-lo , chegando às regiões mais periféricas da cidade ?

 

A.M- Nós na eleição passada já levantamos esse problema e sugerimos a questão do BRT. O BRT é um sistema mais moderno e mais apropriado para a cidade do porte de Caxias. Não só baseado na minha opinião , sobre especialistas que trabalham hoje a questão da mobilidade urbana. Nós não podemos também, tendo uma visão um pouco diferente do que está aí, também chegar e desmontar tudo o que tem, porque aí o custo da operação seja muito maior. Mas uma proposta importante que nós temos é a busca do subsídio pelo menos para subsidiar a passagem do estudante do ensino primário. Então, essa questão, ainda que seja uma questão que precise de deslocamento de orçamento, mas nós buscaremos também essa questão do subsídio exatamente para que o estudante, especialmente, da área do  município possa ter  a passagem 100% gratuita. E isso nós vamos procurar atender com os recursos do próprio orçamento . E a outra questão é essa , nós pretendemos implantar o BRT , para que as pessoas tenham ideia, um BRT para nós é um percurso de longa distância , então nós poderíamos fazer um trajeto de BRT , saindo de Ana Rech indo até Forqueta ou Salgado Filho.

 

P – Sem pegar dois ônibus, sem transbordo?

 

A.M – É. Nós trabalharíamos isso com a integração dentro do próprio sistema , não precisaria ter parada de transbordo.

 

P – Como hoje tem duas inauguradas e  mais duas previstas , Assis. O senhor pretende não encampar essa ideia de segunda fase do SIM?

 

A.M – A pretensão nossa é trabalhar o sistema BRT. Para que as pessoas possam entender, é simplesmente , vamos supor se passasse o BRT pela Sinimbu , pela Pinheiro , nas paradas que têm hoje poderiam ser paradas de integração. O BRT, a pessoa só acessa ele depois de tiver passado pelo ônibus que vem de integração e pega o BRT sem necessidade de estar pagando passagem. Então a bilhetagem única , a passagem única ficaria muito mais fácil de sem implementada . Esse é o nosso pensamento de transporte coletivo e procurar aperfeiçoar também a  própria questão hoje dos azuizinhos, né? Desses ônibus menores que é preciso também ampliar no nosso entendimento esse transporte. 

 

P – E com relação ao sistema viário, para suportar no centro da cidade, por exemplo, a circulação de BRTs que geralmente são esses ônibus sanfonados, ainda mais com linhas de longa distância, como o senhor prega aqui. Como fazer?

 

A.M – A nossa pretensão é que ele circule nas perimetrais. Nós tínhamos que fazer corredores de ônibus pelas perimetrais , acessando alguma coisa da própria BR-116.

 

P – O senhor deu o exemplo da Sinimbu?

 

A.M- A Sinimbu porque está hoje posta até as paradas por isso que eu coloquei, mas a pretensão nossa é trabalhar eles pelas perimetrais e nesse trajeto , nesse perímetro mais central, trabalhar com ônibus menores que façam essa conexão entre paradas.

 

P – Então precisaria ter um transbordo, uma estação.

 

A.M- Mas aí a própria parada faria isso. No nosso entendimento, não precisaria a estação de transbordo. Ela se conecta mesmo dentro da própria linha, não precisaria ter uma estrutura , no meu entendimento, grande como são a  estações de transbordo , especialmente as duas que estão construídas hoje demanda um recurso bastante grande para isso. 

 

P – Hoje, uma das reclamações que ainda permanecem com relação a esse sistema de transporte coletivo é o atraso nos ônibus, ou seja, tem poucos ônibus fazendo as linhas. Como regulamentar isso, Assis?

 

A.M Essa é a grande preocupação nossa porque o seguinte: o sistema está colocado também porque há uma empresa no sentido também do custo da passagem e do lucro da empresa. Por que uma licitação é pela metade. Porque a empresa diz o seguinte, se eu colocar mais ônibus, o custo vai ser maior  e meu lucro vai ser menor.Isso precisa também ter um entendimento. Nós vivemos, queira ou não, em um sistema capitalista, essa questão também da questão do lucro e custo deve ser bem medida. Agora, não tem como tu resolveres o problema de ônibus lotado se não colocar mais ônibus na linha. Isso é uma questão básica. Como tu queres que um ônibus que sai de um determinado bairro, que tem lá 40 mil pessoas , tenha 10 ônibus que saem de lá de 20 em 20 minutos  e aquele pessoal todo precisa se deslocar para o centro da cidade e tu tenhas três, quatro linhas de ônibus.Aí não existe regra, ou tu põe mais ônibus para poder o trânsito ficar mais rápido porque o ônibus ajuda, porque senão tem muito carro também e diminuir lotação tem que por mais carro na RUA. Não existe milagre isso, não adianta chegar e dizer:  tem que forçar motorista  a andar mais rápido. Sinceramente, para andar o trânsito mais rápido tem que ter o corredor de ônibus , via expressa para ônibus, mais o problema de lotação e atraso , tem que ter mais carro de ônibus circulando. 

 

P – Como o senhor pensa avançar na integração entre os modais de transporte , por exemplo, onde entra a lotação neste seu modelo ?

 

A.M – Porque  a lotação é um complemento de transporte. Hoje, por exemplo assim, tu tens um ônibus  e tem o horário e tem a lotação, que é um valor um pouco mais caro, é uma opção a mais que a pessoa tem. Elas se integram dentro do sistema, com um outro tipo de transporte com um valor maior  e que as pessoas têm a disponibilidade de acessar. um ou outro, como o próprio serviço de táxi . Essas questões são questões que todas elas ajudam dentro da mobildade urbana. 

 

P – Bom, a gente fala sempre que o sistema de mobilidade urbana moderno trata primeiro do pedestre  e depois do transporte coletivo. Eu queria saber o que o senhor pretende ampliar pro pedestre , principalmente na zona central  da cidade e, depois, como fazer para melhorar o fluxo de veículos particulares mesmo?

 

A.M – Nós temos que compreender o seguinte, cada vez mais precisamos dar condições para as pessoas andarem na cidade. Então é preciso que tenhamos lugar, especialmente no centro, que ela seja só para pedestre. Nós temos que compreender isso. Por exemplo, eu penso na Júlio, de fazer fiação subterrânea. U grande local de convivência das pessoas na Júlio. 

 

P – Um calçadão candidato?

 

A.M Deixar a Júlio só para pedestre porque hoje carro não anda nem pedestre. As pessoas dizem, ah na loja, mas as pessoas não entram de carro na loja comprar. Nós temos que trazer as pessoas para o centro para que as lojas, o comerciante , o pequeno comerciante, porque hoje essa questão do shopping e das lojas , loja de rua, nós precisamos trazer atração.

 

P – Já reclamam da falta de estacionamento 

 

A.M. Mas a questão é essa. Nós precisamos é trazer as pessoas para o centro , se elas vem de carro, se elas vem de ônibus . Eu mesmo, às vezes , deixo meu carro aqui perto do sindicato  e vou até São Pelegrino a pé. Se tu fazes a Júlio, um grande calçadão para as pessoas caminharem. Hoje, as pessoas que moram no centro, elas vão aonde? Estava vendo essa briga hoje da questão dos animais , as pessoas hoje todas elas têm seu animalzinho de estimação , um cachorro, um gato, alguma coisa assim, elas que moram no centro, vão para onde? Elas pegam seu animal e vão passear aonde? Na chácara? Porque no centro não tem como. 

 

P – A praça já está tomada pelos pombos.

 

 

A.M  Querem descer, tomar um chimarrão, não tem lugar.. A praça está ali, meio jogada aos pombos . Então, precisamos dar vida  a nossa cidade, integração . Eu falo isso,e não é na Europa, eu fui a Curitiba e tinha uma rua toda de passeio , trancada para automóvel, a não ser para aqueles que moram ali, tem que dar acesso ali. Uma festa de natal na rua e tal. Eu olho para nossa cidade. A gente pode usar os prédios hoje, tanto da catedral, da própria Magnabosco , fazer uma grande atividade de Natal  , aqueles prédios que têm ali, enfeitar todos eles e ter pessoas ali encenando o Natal. Isso que eu peço para nossa cidade e a gente tem condições disso. Nós vamos melhorar o comércio, melhorar a atividade econômica da nossa cidade. Então são ideias que nós não vamos fazer toda a Júlio de uma vez só , mas vamos começar isso. Eu acho, como tu estavas falando, nós não queremos quebrar nada que os outros fizeram , mas criar condições que a gente possa andar melhor na nossa cidade.

 

P –  E com relação à infraestrutura para o transporte de veículos , o senhor tem planos para fazer viadutos, elevados sobre a BR, por exemplo, lá na entrada da UCS , até na Sinimbu.

 

A.M  A questão é sempre da necessidade, da possibilidade de fazer, eu sei que tem propagandas por aí, pelo menos agora não vi, mas na outra campanha eu vi aqui, em fazer 10 viadutos, não fizeram nenhum. Por que não fizeram? Porque não tem recurso do governo federal . Todas obras que falam que fizeram isso e aquilo tem recurso do governo federal. Então nós precisamos compreender o seguinte: existe a necessidade, por exemplo, de viadutos, tu levantastes dois pontos , eu levanto mais um aqui: essa aqui é da Randon, mais a BR-1116, se tu fazer um viaduto , por exemplo, na perimetral , na rótula da Randon que chamam, se tu não fizeres na BR-116 não resolve nada, porque tu tens que fazer na BR-116, ou tu fazer na BR e não faz ali, tranca o trânsito ali.Então esses são gargalos importantes . Agora, tu precisas isso. Nós temos que olhar primeiro as condições financeiras do município. As condições financeiras do município , até onde a gente tem conhecimento, não são das melhores . Então nós precisamos entender bem a necessidade e não é somente por causa da crise.E os financiamentos do governo, com esse governo golpista do Temer , infelizmente ele vai congelar por 20 anos. Então esqueçam obra de infraestrutura  vindo com recursos do governo federal. Agora, existe a necessidade para a cidade. Então nós temos que olhar isso, fazer projetos , se tiver condições de buscar financiamentos internacionais para fazer essas obras, nós vamos ter que procurar. Agora, são várias demandas. Tem essa questão do segundo anel viário , que a perimetral também, isso precisa ser constituído. Agora, isso tudo sem, para não colocarmos oi na cabeça das pessoas. Se não tiver recursos do governo federal é inviável Caxias fazer essas obras porque são obras que demandam recursos bastante grandes , Caxias sozinha não tem como fazer isso. 

 

P – Isso quer dizer que no seu plano de governo a gente não pode nem pensar sem essa mudança que o senhor fala dos financiamentos federais numa ligação em ampliar a questão de alternativas de tráfego para ligar o norte e sul da cidade, o leste e o oeste, através dos bairros, por dentro dos bairros?

 

A.M  Acho que a gente tem que pensar sim. A gente tem que pensar  e procurar alternativa. O que a gente está colocando , é preciso que a gente compreenda isso ou tem parcerias, tanto de financiamentos internacionais ou do governo federal , ou essas obras ficam quase inviáveis para fazer. Outras questões precisam ser entendidas  do ponto de vista daquilo que é possível ser feito com recursos próprios e a gente pode fazer.

 

P – Ok. Vamos falar de educação. .Outro gargalo no desenvolvimento de Caxias do Sul. Hoje, Caxias do Sul compra mais de R$ 3,5 mil vagas na educação infantil por decisão judiciais. Me parece que esse é o grande nós em Caxias do Sul, hoje talvez o mais grave. Por ano, a prefeitura investe cerca de 31% do orçamento municipal em educação , mais ou menos R$ 480 milhões. Na compra de vagas são aproximadamente R$ 2 milhões mensais, se gasta, ou R$ 26 milhões ao ano , mais ou menos. Mesmo assim o déficit é de mais ou menos  cinco mil vagas, mais de cinco mil vagas hoje é o déficit só na educação infantil. E as vagas oferecidas pela rede municipal passa um pouco do dobro disso., 10.100 vagas , ou seja , para suprir a carência seria necessário dobrar a rede pública municipal, dobrar a oferta de vagas. Como fazer isso? Qual é o segredo?

 

A.M Aí não tem segredo. As pessoas me conhecem , duas coisas que eu gosto de fazer. Uma é respeitar a lei  e não existe como resolver o problema de vaga de creche  se não tiver creche. Não tem. E aqui é uma contradição. O município não faz, as pessoas entram na justiça para reivindicar o cumprimento da lei , mas aqui no Brasil, se tu não entrares na justiça para cobrar alguma coisa , cobrar a lei, que alguém descumpriu a lei e tu vais reclamar .Então essa dificuldade. Nós temos que construir creche . Nós , pelos cálculos que a gente fez essas cinco mil vagas , cinco mil e trezentas e poucas necessidade de vagas, teria que ter em torno de  83 creches. Ou tu faz a creche ou tu compras vaga. Então temos que ter isso. Como a gente faz? Bom , então vamos buscar parcerias, parcerias para que a gente possa compreender isso . Eu estava ouvindo por outro órgão de imprensa e até isso é elogiável a posição da Câmara da Indústria e Comércio, a CIC diz que quer, na próxima legislação indicar secretários . Bom, eu vou ter que ir lá na CIC agora no dia 26…

 

P – O senhor gostou dessa ideia?

 

A.M Gostei porque aí eu vou dizer para eles que se as 100 maiores empresas, cada um fazer uma creche, nós resolvemos o problema das creches na cidade. Então eu vou lá, conversar  com a CIC, pedir uma parceria , sendo prefeito vou fazer essa parceria com a CIC, com grandes empresários da nossa cidade, cada uma empresa, das 100 maiores, nem vou pegar todas, as 100 maiores empresas, cada uma fazendo uma creche, nós temos mais do que as vagas necessárias. Nós resolveremos por aí nessa questão das vagas infantis e da creche esse sistema aí. Isso que nós vamos propor para a CIC né? 

 

P – Uma parceria público-privada?

 

A.M Uma parceria público-privada porque aí nós temos condições de fazer a creche fisicamente e depois também constituir parceria do ponto de vista do atendimento, coisa que o município já tem feito hoje. Então acho que aí nós podemos superar essa dificuldade  de vagas . Não vai ser sem creches vou resolver como? Tem que fazer creche. Se o município não tem, bom, vamos ter que procurar parceria para fazer isso.

 

P -Mas em um primeiro momento, o que fazer? O senhor assume  a prefeitura no dia 1º de janeiro de 2017, logo ali o ano letivo começa, como resolver essa questão agora, imediatamente?

 

A.M Não tem. Não se resolve isso. É preciso que a gente entenda bem isso. Porque se faltam 83 creches  eu não vou fazer 83 creches por mais boa vontade que eu tenha , por mais, como a gente diz assim, fazer um mutirão na cidade, da prefeitura fazer 83 creches. Não tem como.

 

P -Com otimismo o senhor pode ter mais três. 

 

A.M-  É. Só 80 faltariam. Então essas questões, tu vês, que elas precisam, pelo menos, de um tempo, né? Porque nós precisamos compreender a necessidade e procurar zerar isso, mas chegar pelo menos nos dois primeiros anos do mandato zerado, poara mim  já seria uma grande coisa, mas eu espero que em um prazo de quatro anos  a gente possa chegar aqui e dizer  que nós cumprimos a nossa meta que é de zerar  e ofertar as vagas para as crianças qie necessitam  de vaga. 

 

P – O senhor deve manter então a questão da compra de vagas , em um primeiro momento, com certeza, mas Assis,c omo evitar a judicialização  dessa compra de vagas. Porque, muitas vezes, quem entra na justiça é quem tem mais poder aquisitivo, é quem tem mais conhecimento de seus direitos. Geralmente, essa judicialização prejudica , inclusive, o mais carente  a pessoa lá da periferia que não conhece, muitas vezes, o seu direito. Como reverter essa situação? E criar , por exemplo, um cadastro da assistência social para isso?

 

A.M-É uma questão. É o seguinte, não podemos tirar o direito das pessoas, a primeira coisa é essa. P – Se a pessoa que tem acesso à justiça é porque ela tem mais informação , nós não podemos tirar o direito dela. Porque é um direito que o município tem que dar a condição  para a criança ter o seu local . Então nós precisamos, sim, também conversar com as pessoas se tem uma necessidade mais ou menor , mas é isso, nós não vamos resolver , de um jeito ou de outro tem que ter a vaga. Então nós temos que procurar suprir o problema da vaga. Para que as pessoas entendam, tem que fazer vaga, tem que ter creche.

 

P – Mas é possível estabelecer um critério de justiça social para esta distribuição?

 

A.M-  -Acho que a justiça está dentro do que é hoje já colocado , é que quando a criança, aquela que está no maior risco social é  a que tem a prioridade  e às vezes se cria um conflito, que as pessoas dizem assim: bom, mas aquela mãe que está não sei onde, não vai nem trabalhar e tem direito da vaga e a outra que vai trabalhar não tem. Então essa dificuldade existe, nós não vamos superar isso apenas colocando aquela ali tem mais necessidade essa menos necessidade. Nós temos que dar jeito em construir  e colocara questão da creche no mesmo patamar da área da saúde , porque isso no nosso entendimento ajuda também na questão as segurança. A questão da creche, no meu entendimento, eu quando discuto, porque eu discuto com o setor metalúrgico , questão do auxílio-creche. Quando a gente coloca a questão da creche, a gente coloca a creche para   a criança, porque ainda há o conceito de que é para a mãe,. Nós queremos a creche para a criança. Entendeu então,. Eu peço para os empresários uma ajuda  no auxílio creche é porque eu entendo que a criança necessita  disso. Então, é preciso que , isso eu digo para eles, que dar segurança também para o pai e mãe desenvolver melhor seu trabalho , entendeu? Então acho que é uma questão importante que nós temos que trabalhar em cima.

 

P- O senhor falou em segurança. A gente vai entrar nessa ceara aí. Muita gente diz que segurança não é atividade do prefeito , não é atribuição do prefeito, constitucionalmente realmente não é, mas há questões paralelas que vinculam o município  à questão da segurança.  Nós já vencemos a primeira meia hora da nossa entrevista, candidato , e eiu queria juntar essas duas questões, educação e segurança , hoje, porque é uma preocupação da população  quanto à segurança nas proximidades , no entorno das escolas,  a gente vê muita ocorrência policial acontecendo próximo das escolas, até envolvendo estudantes. É possível ampliar a presença da guarda municipal, por exemplo, junto ás escolas? Ou até ampliar a função da guarda municipal , como o senhor vê essa questão?

 

A.M – Eu não tenho muito condições de colocar se ampliar a questão da guarda municipal. Agora, proposta nossa  e concreta é pelo menos nos horários , tanto de entrada e de saída do colégio, é que nós tenhamos ali , pelo menos, um guarda municipal orientando o trânsito, ajudando na segurança  dos colégios. Então, claro, se precisa olhar questão dos horários e tal, mas essa é a ideia, de que a gente possa, por exemplo, não é ter viatura, porque viatura de repente, mas que  a gente possa ter uma viatura circulando, por exemplo, deixa lá um, passa em uma determinada região deixa um guarda em cada escol, depois recolhe. Chega no horário da saída, ao meio-dia, volta lá. Com a guarda municipal  fazer isso. As rondas , com a guarda municipal pelo menos no horário de entrada e de saída dos colégios. 

 

P-É possível fazer isso, mudando essa função de eliminar apenas o caráter patrimonial  para ser também uma guarda ostensiva? 

 

A.M -Nós pretendemos que a guarda possa cumprir esse papel educacional  e também da própria segurança , porque integrar ali a guarda municipal , juntos das crianças do colégio , ou de repente tu adequares o profissional  que ele já mora em uma região determinada  e não precisar se deslocar ao centro  para depois voltar. Nós podemos adequar , no nosso entendimento, compactar melhor o desenvolvimento e o próprio trabalho  hoje, que já é um trabalho importante  dos profissionais da área da saúde , apenas nós deslocarmos melhor para esse atendimento aos colégios.

P – Assis Melo, gostaria da sua avaliação do atual modelo do policiamento comunitário , implantado recentemente, de novo, na cidade  e como ampliar essa abrangência  e outra questão é sobre o financiamento desse , o auxílio que o município presta hoje  para a execução desse serviço.

 

A.M- -Despende um valor importante aqui. Agora, é preciso que nós entendamos que ,hoje, essa questão, por exemplo do policiamento,  a polícia, é uma questão do estado. O município só auxilia com recursos e tal, pagar aluguel, pagar alguma coisa. 

 

P- A gente sabe que depende do estado hoje, né candidato?

 

A.M -Nós precisamos aqui também talvez  usar a questão eletrônica hoje de câmeras de vídeo, em determinados pontos  da cidade, por regiões da cidade. Hoje tem, mas ainda muito precário  em meu entendimento, mais na área central, mas que nós consigamos colocar essa questão  eletrônica em pontos estratégicos  da cidade.

 

P-Ampliar o sistema?

 

A.M – Colocar em pontos estratégicos porque nós pretendemos ainda , eu esqueci d ecolocar nesta questão do trânsito,  é criar um sistema inteligente de funcionamento  das sinaleira, né?  Que isso por vídeo tu podes controlar isso

 

P – Com a sincronização das sinaleiras?

 

A.M- Com sincronização da sinaleira, desloca o trânsito onde deu um acidente,  tu dizeres, ali está trancado tu podes chamar a polícia, a ambulância e tal e deslocar o trânsito para uma outra via. Isso tudo ajuda também na própria segurança , auxilia não só a questão da guarda municipal, , mas a própria polícia, tanto militar quanto civil . Eu acho que são sistemas que envolvem recursos menores  e dão uma grande contribuição, isso que é importante contribuir na condição de dar uma tranquilidade , uma segurança maior para as pessoas. 

 

P – O senhor falou que o policiamento ostensivo é uma obrigação do Estado. O senhor está correto, mas  eu gostaria de saber, vou insistir na pergunta, o senhor pretende manter, ampliar esse auxílio do município para poder  ampliar o policiamento comunitário?

 

A.M- Eu acho que pelo menos manter. Ampliar, no meu entendimento, é mais complicado  porque senão daqui mais alguns dias nós vamos assumir  toda a responsabilidade do estado . Então nós não podemos. O que é do município é do município. O que é do Estado é do Estado. E o que é da federação é da federação. Os entes federativos precisam  uma integração entre eles. Então, nós precisamos ter esta  compreensão de que ajuda na área da segurança, nós vamos trabalhar também na área da prevenção. Acho que isso é de responsabilidade do município. Trabalhar na prevenção, ajudar na área da escola, ajudar no turno inverso da escola . Nós temos condições sim de contribuir  na segurança na área da prevenção, mais aquelas coisas de combate , de repressão ao crime, nós infelizmente, o município  não temos instrumentos para fazer isso .

 

P – Candidato, vamos falar de desenvolvimento econômico. Hoje, a gente vive uma crise econômica que  tem ceifado milhares de empregos  em Caxias do Sul, principalmente o setor metalúrgico, nestes últimos cinco anos, pelo menos. Mas a economia de Caxias ainda é muito dependente do setor metalúrgico, o senhor mesmo é um candidato oriundo do setor metalúrgico, como fazer para ampliar essa matriz produtiva  de Caxias do Sul?

 

A.M-Temos que ter o seguinte. Não podemos achar que vamos resolver problema de emprego em Caxias só por Caxias. Nós precisamos constituir, a nível de nação , um projeto de desenvolvimento pro país  essa coisa toda, mas aqui no nosso município nós precisamos desenvolver um polo de desenvolvimento tecnocientífico. Desenvolva aqui projetos na área do desenvolvimento técnico e científico porque hoje os polos que têm, de desenvolvimento, tanto a TREINOPOLO, quanto a própria UCS tem . Eu acho que se nós conseguirmos dar conexão a esses projetos que já têm essas instituições aqui, nós podemos desenvolver um polo, realmente aqui, tecnológico que tenha condições de desenvolver  na nossa cidade como um todo.

 

P -O senhor fala em startups, que produzem alta tecnologia, incubadoras tecnológicas?

 

A.M-Isso, é. A própria indústria também , porque hoje ou nós avançamos para agregar cada vez mais valor no nosso produto e ter uma competitividade maior , porque é preciso que nós avancemos do ponto de vista da competitividade, da produtividade, essa coisa toda e para isso precisa tecnologia. E aí uma questão importante , quando vemos agora que o mercado propõe que as pessoas trabalhem 80 horas  e nós precisamos entender assim que não é gente trabalhando mais . Mais gente trabalhando menos horas , vamos ter uma produtividade maior. Porque hoje nós temos além do desemprego estrutural  e conjuntural, porque nós estamos em uma conjuntura de uma crise econômica do sistema capitalista do mundo todo, mas nós precisamos entender assim que há o desemprego , esse que é da tecnologia, não volta mais. Esta compreensão de que precisam um trabalhador técnico  e os instrumentos precisam ser técnicos também . Porque há uma contradição, às vezes, nós formamos um técnico e quando ele entra na indústria, essa tecnologia  não tem ainda na empresa e aí fica difícil para que o trabalhador mesmo se depara com esta contradição. Isso cria uma dificuldade, até uma frustração, para aquele cara que estudou, se dedicou ampliou seu conhecimento e chega na indústria e não tem como desenvolver esse conhecimento . Então é preciso que nós olhemos também para esse desenvolvimento maior e ver também que tipo de indústria nós vamos  ter para frente. É preciso que nós compreendamos , que de repente o círculo da metalurgia também qual o espaço dele hoje dentro da cidade, dentro de uma área de produção e de uma necessidade hoje de gerar emprego também. Essa capacidade de gerar emprego na própria indústria , temos que ver se ela já tem condições ainda de alavancar mais emprego ou não. 

 

P -Uma outra maneira de gerar mais vagas de emprego é atraindo novos empreendimentos para a cidade. Quais são seus planos para possibilitar essas novas empresas? O senhor pensa na criação d e um novo distrito industrial , por exemplo, ou na criação de mecanismos da legislação para atrair empresas?

 

 

A.M-Eu acho que nós precisamos compreender o seguinte, hoje, não só a indústria , mas o emprego também vem na área tanto do comércio como do serviço. Nós precisamos desenvolver na nossa cidade, pelo menos, essa questão de atrair especialmente na área do serviço e do turismo também. Nós não temos centro de eventos . Então, nós precisamos construir, no nosso entendimento , um grande centro de eventos na nossa cidade . Nós precisamos tornar Caxias atrativa, no nosso entendimento, em serviço e turismo. Pelo menos grandes áreas hoje, advocacia, medicina , tem uma grande entidade da área da medicina que vai vir para a cidade,Então a gente precisa constituir isso. Caxias não tem um grande centro de atração, por exemplo, para fazer um grande congresso, se quiser fazer um grande congresso de medicina não tem local. Precisa ter um centro de eventos. A ideia é que a gente possa construir isso nos pavilhões da Festa da Uva , de repente, aproveitar melhor aquela área ali, como isso? Aí é fazer parceria também. Tem que fazer alguém que se interesse e  há entidades interessadas em um grande polo que é Caxias. A gente precisa compreender isso. Caxias tem o potencial da indústria metalúrgica, mas tem o potencial de serviços também, e de comércio  e a própria região como um todo. Então, nós precisamos aproveitar mais o potencial em outras áreas para que a gente possa absorver melhor e a possibilidade de gerar emprego . Quanto a essa questão de construir distrito industrial, hoje, essas questões já são questões até já superadas hoje  dentro da visão da própria indústria . Porque isso nós podemos construir, as empresas também em locais mais próximos da população, para que não haja tanta necessidade e deslocamento, essas questões todas. Então nós precisamos assim, por que há muitos locais vazios na nossa cidade . Então, precisamos aproveitar melhor os espaços vazios dentro da nossa cidade para que a gente possa gerar emprego dentro da área urbana . Não temos a pretensão de constituir distrito industrial. Outra questão é facilitar o acesso daquelas empresas que querem ser implantada na cidade, do balcão do empreendedor. Nós precisamos colocar isso para dar uma  agilidade maior . O balcão do empreendedor é isso, é reunir em um mesmo local vários profissionais e várias secretarias que possam atender mais rapidamente aquela pessoa jurídica , que veio para montar uma empresa, fazer um investimento na nossa cidade. 

 

P -Candidato, hoje, o município gasta um bom dinheiro  por ano no aluguel de estruturas para a administração pública descentralizada. O que o senhor pretende fazer com relação a isso? É possível esperar em um eventual mandato do senhor a criação de um centro administrativo?

 

A.M-Eu acho que a gente precisa recompor a questão administrativa . A cidade é uma cidade que se expandiu bastante. É uma cidade grande e as coisas tudo concentradas em um lugar e secretarias que estão fora uma da outra , tem que fazer uma peregrinação. Se bem que nós aqui para  peregrino somos treinados à Caravaggio todo o ano , mas a gente faz uma peregrinação. É uma secretaria aqui, a outra tu já nem sabes onde foi , mudou de lugar. Prédios, no meu entendimento, caros de aluguel . No meu entendimento hoje, as secretarias, são em torno de 19 secretarias . Precisamos compreender que talvez isso possa ser enxugado também o número de secretarias e  poder usar hoje, no meu entendimento, a questão da internet, Muitos serviços hoje é pela internet . Então, precisamos também, a nível disso, em vez de concentrar a administração, flexibilizar elas , mas com essa ferramenta, internet, serviço que as pessoas possam acessar . Esse serviço que não haja necessidade de vim até o centro administrativo para ver qualquer serviçohoje precisa vir no centro.

 

 

P -Questão da juventude, o que o senhor pretende fazer para ampliar essas áreas de convívio . O senhor estava falando na mobilidade em área de convívio para a juventude. Som automotivo , que se pede muito, a questão da estação férrea que se criou um espaço de lazer, mas trouxe com isso consumo de drogas, vandalismo, como o senhor imagina isso? 

 

A.M-Eu acho que a gente precisa, quando a gente fala em tornar a cidade mais humana, é preciso compreender como conviver em uma cidade  que tem todas essas demandas . São todas necessidades. Eu já estou em uma certa idade, posso ter um outro tipo de necessidade . Eu até brinco que o jovem primeiro ele quer fazer a faculdade dele, depois ele quer ir trabalhar em uma grande empresa. Aí ele vai para uma grande empresa, aí ele quer comprar um carro , daí o sonho dele é por no carro um som mais caro que o carro  e depois ele vai para o posto e a polícia chega lá e prende ele e daí ele perde tudo, o carro e o son. Então essa é uma dificuldade né? Como conviver em uma cidade do porte de Caxias com essa necessidade. Do sossego e do barulho . O cara que quer o som quer fazer barulho e o cara quer o sossego dele . Então temos que achar locais para que a moçada possa extravasar a sua energia, o seu convívio, tanto com segurança e dentro das normas legais. Eu acho que nós precisamos sim dar atendimento à juventude. Nós aqui, do ponto de vista da cultura, pretendemos construir  a fábrica de cultura. Para que todo o potencial cultural da nossa cidade possas ser expressado nisso. E a outra questão é essa, temos que achar local para a moçada. Eu acho que nós temos que procurar sempre a segurança com entendimento não só a base da repressão . Isso é um sentimento que eu tenho. Acho que nós vivemos uma sociedade de repressão , tudo é reprimido, tudo não pode, tudo pode, Aí o cara faz baderna, faz isso, Então temos que diminuir  a repressão para que a gente possa ter um convívio melhor. Acho que são espaços interessantes. Então veja bem , a estação férrea é um lugar legal , né, eu acho né? Agora se as pessoas não vão para lá, como que ele fica? Ah, mas a gurizada vai para lá e faz baderna . Sempre que reúne bastante a gente  algum extrapolamento sempre há . Então o que a gente precisa sempre nestas condições , mostrar para a moçada que precisa ter moderação com as coisas, tem que ter equilíbrio tudo que ultrapassar o ponto de equilíbrio gera distorções . Então nós temos que procurar adequar isso e buscar uma cidade que busque a paz, os vários segmentos sociais da nossa cidade. 

 

P -Candidato, Maesa, o que fazer para a área da Maesa ?

 

A.M-A Maesa é isso , nós pretendemos ali , de primeira mão assim, essa questão da fábrica de cultura . Achamos que aquele espaço ali, até por ser uma fábrica., por ter esse símbolo todo, construir ali a fábrica da cultura que se expresse ali realmente  os vários segmentos culturais que temos na cidade, é teatro, é música é dança. Podemos construir festivais na nossa cidade, que desenvolva não só único e exclusivamente que eu vejo assim embora eu seja dessa área , do tradicionalismo, mas nós temos aqui basicamente, amplamente mais divulgado é o tradicionalismo e o carnaval . Menos o carnaval e muito mais o tradicionalismo. O investimento na área tradicionalista aqui é grande Mas os outros segmentos culturais, o teatro , da música , são expressões culturais que no meu entendimento estão reprimidas. E para isso precisa alargar isso. E para a periferia da cidade, o que há de coisa é muito restrito.Então é democratizar a cultural, por isso a fábrica de cultura é sim.

 

P -Isso funcionaria como espaços para oficina?Espaços para entidades se emponderarem culturalmente do local?

 

A.M-Entidades, professor que quer dar aula pública , o cara que quer ir para lá ensinar teatro, quer ensinar desenho. Acho que é isso . A ideia é bastante ampla a ideia de fábrica da cultura 

 

P -Ok, seu entendimento sobre desfiles, a utilização as Sinimbu e da Plácido de Castro para esses eventos públicos?

 

A.M-Eu te digo assim, que nosso centro ficou vazio. Daqui um pouco tinha muita coisa, daqui um pouco não tem nada. Temos que procurar um equilíbrio. Ela foi importante porque descongestionou o trânsito . Agora, nós precisamos ver o melhor local para isso . Não quero eu definir vai ser lá ou vai ser aqui . Senta todo mundo, com as entidades, as pessoas que fazem, de fato a festa ou que fazem os desfiles. Vamos dizer oh moçada, é melhor aqui ou é melhor ali, e o município integrar melhor essas coisas . A própria feira do livro também, quem faz a feira do livro , não é a prefeitura. A prefeitura dá o local, vamos fazer aqui, como não vamos fazer, então … Isso é tornar uma cidade democrática  e participa .

 

P -Candidato, o senhor não construiu alianças importantes para apoiar a sua candidatura nessas eleições . Como o senhor pretende construir apoio para governar e uma base de sustentação na Câmara? 

 

A.M-Sempre a política nossa os que conhecem nós é sempre pela aliança  e aliança ela é importante pro governo. Não fizemos isso porque é o momento da eleição. Na eleição, cada partido achou melhor se posicionar de uma forma ou de outra . Nós fomos procurados para apoiar outras candidaturas, consultamos outros partidos, para apoiar a nossa nesse primeiro momento, mas sendo prefeito vamos procurar sim parceiros para poder governar a cidade porque necessitamos sim de alianças amplas para poder desenvolver um governo que reflita um conjunto da sociedade caxiense. 

 

P -O senhor se sente capaz dese diálogo que seus adversários e detratores o consideram intransigente no diálogo , principalmente na questão do reajuste dos metalúrgicos . O senhor é taxado de intransigente por um período de crise. O sindicato patronal, por exemplo,  diz que o senhor não transige nesta discussão , não percebe que o momento é de preservar empregos, por exemplo, isso também se dá na política. Como o senhor avalia isso?

 

A.M-É preciso que as pessoas entendam o seguinte, hoje, por exemplo, até um determinado tempo fui presidente do sindicato, hoje estou licenciado quem está negociando o dissídio hoje não sou eu . Quando a gente tem uma posição e representa uma categoria tem que ter posição . Nós não estamos sendo intransigentes. A posição do sindicato , qual é a posição? Repor a inflação , repor a perda, não há nem um mérito nessa condição.Falam nós de radical, essa coisa toda , mas sempre na defesa do interesse dos trabalhadores , aí nós temos posição firme. Agora nós não somos tão radicais assim que fizemos acordo  e o acordo as duas partes cedem. Não mas Assis é inflexível. Não é uma verdade absoluta. A firmeza, na convicção de expor nossa opinião isso nós temos . As pessoas nos conhecem  com isso , senão seria uma imposição . Eu nunca impus reajuste a ninguém, nesses anos todos sempre chegamos a negociaçã. E quando não chegamos aqui, chegamos no tribunal . Fizemos acordo lá então 

 

P -O senhor não se considera intransigente?

 

A.M-Não, não me considero intransigente e tenho condições de mostrar isso na Câmara de Vereadores. Nós tínhamos dois vereadores , eu e o Renato, no governo Sartori quando foi prefeito em Caxias . Nós aprovamos projeto, eu aprovei projeto . O Sartori vetou meu projeto  e nós derrubamos o veto do prefeito . Então isso demonstra que a gente sabe articular na política . Porque sme conversar com  os pares, sem discutir , ali com os pares eram impossível. Dois vereadores derruba um veto do prefeito quando nós estávamos na oposição. Então, a situação coloca  do ponto de vist que nós lutamos dentro da estrutura sindical por um posicionamento  em defesa dos interesses dos direitos dos trabalhadores , como polítiico é isso. É olhar como relação de força e  trabalhar dentro de uma visão de que Caxias precisa de um governo que faça diferente  e isso que nós estamos nos propondo .

 

 

P -Candidato, o senhor abriu essa entrevista falando Fora Temer e aquele discurso de que estamos vivendo um golpe de estado . Esta é uma posição bastante marcante da sua candidatura , que a gente não vê em outras candidaturas, mesmo as candidaturas ligadas ao partido da presidente afastada Dilma Rousseff. Por que o senhor toma essa posição e o senhor não teme que isso possa prejudicar a sua campanha nesse diálogo com o eleitorado historicamente conservador como de Caxias?

 

A.M-Eu acho que o eleitorado, a grande maioria do nosso povo defende a democracia . Primeira coisa é essa . Nós precisamos constituir isso . A defesa da democracia e da constituição não é no nosso entendimento só uma visão  dos partidos de esquerda ou do meu partido. Nós temos várias entidades hoje e personalidades do nosso país intelectuais e jurídicos que têm esta posição. Essa posição nossa expressa no momento que quer retirar presidente quando não há crime. Se não há crime, no nosso entendimento, é golpe. E por que é golpe? Por que a agenda que o governo golpista Temer está impondo à população é uma agenda que não passa pelo voto . Essa agenda do Temer se vai para a eleição é derrotada fragorosamente . Então é isso. Por isso que é um golpe . Então é preciso compreender isso . Quando estamos colocamos o governo Temer como um golpista é porque é e a defesa da democracia , no nosso entendimento não é uma bandeira exclusivamente do PC do B. O PC do B é um partido que se posiciona em defesa da nação, da soberania do país , do avanço democrático e social  e por isso que achamos que esse governo é um governo golpista. 

 

 

P -Para encerrar gostaria que o senhor nos falasse quais são as prioridades de um eventual governo de Assis Melo?

 

A.M-Como já coloquei aqui essa questão da saúde, a questão da saúde é uma questão importante  e dissemos como vamos fazer, cortar 50% dos Ccs  e contratar 80 médicos   e também na área da educação. A área da educação não é só a questão da creche, mas  a questão do turno integral ou turno inverso da escola. Naquelas escolas que nós tiver espaço para fazer o turno integral, faremos isso. Nas que não tiver, vamos procurar fazer os turnos inversos  da escola para que a gente possa cuidar melhor da nossa criança e da nossa juventude.