Memória LEOUVE

Gabardo: 'Vamos acabar com as filas para consultas com médicos especialistas'

Gabardo: 'Vamos acabar com as filas para consultas com médicos especialistas'


Entrevistador –  César Gabardo é advogado e empresário dos ramos da construção civil e imobiliário. Ele nasceu em Bento Gonçalves e tem, atualmente, 44 anos. Ele concorre pela primeira vez a um cargo público, já concorrendo a prefeito. Na política, foi secretário de Governo da administração atual de Bento Gonçalves entre os anos de 2013 e 2014 . Seja bem-vindo, candidato César Gabardo.

Candidato – Importante esse debate com a comunidade em um momento de descrença com a política e eu acho que é muito importante aproximarmos a comunidade dos candidatos, porque querendo ou não querendo , nós dependemos da vida pública. As principais áreas, saúde, segurança e  educação,   via de regra, são dependentes do poder público. Nós temos que aproximar a população do poder público  e nada melhor do que fazer isso através de debates  públicos, com a comunidade, principalmente, através de emissoras e portais como é o portal Leouve. 

 

Entrevistador – Nós vamos começar pela educação, que talvez seja um dos maiores gargalos do desenvolvimento  da nossa cidade, porque não dizer assim. A educação que prepara o futuro das novas gerações. Pois, falando nessas novas gerações, um dos maiores problemas que a gente enfrenta na área educacional em Bento Gonçalves é quanto à carência de vagas para a educação infantil. A gente sabe que os governos municipais começaram a receber verbas  destinadas à educação infantil a partir de 2007, com o advento do Fundeb, antes era a partir do ensino fundamental  que se recebiam recursos. Mesmo assim, já faz nove anos que o município de Bento Gonçalves recebe esses recursos  e, mesmo assim, a gente convive com uma carência histórica que se repete ano após ano.  Entre 500 e 700 crianças não têm vagas disponibilizadas pela rede pública municipal. A prefeitura investe cerca de 30% de seu orçamento  municipal na área da educação,  e compra vagas na rede particular, , mesmo assim não supre a demanda necessária e, hoje, temos duas escolas em construção, que também vão gerar 200, 250 vagas  nem metade da carência prevista para o ano letivo  de 2017.O senhor, se assumir a prefeitura de Bento Gonçalves, se for eleito , assume em 1º de janeiro e em fevereiro, um mês depois, pouco mais de um mês depois, um ano letivo inicia. Como suprir essa carência. Quais seus planos?

 

Candidato – Hoje, nos deparamos, andando pelos bairros, com esse grave problema da questão da falta de vagas em creches no município. Nós entendemos que essa é uma das grandes bandeiras do nosso programa de governo. Entendemos que algumas coisas muito simples podem ser feitas, para que a gente possa resolver essa situação. Uma delas é efetivamente dar vaga para aquelas pessoas que realmente precisam de creche. O que nos deparamos, principalmente em bairros carentes, é com pessoas cerceadas, ou seja, sem condições de trabalhar, que precisam ficar em casa cuidando de seus filhos. Essa é uma realidade muito triste para uma cidade como é Bento Gonçalves, que entra como raiz o trabalho, a gente se deparar com situações como essa. Nós entendemos que realmente regiões cresceram muito na cidade, que nessas regiões temos que, necessariamente, construir novas creches e terminar as creches existentes. Nós temos na região do Loteamento Bertolini, ali próximo ao Ouro Verde, duas creches que estão paralisadas obras e com essa deficiência toda é uma coisa que se tem dificuldade de se entende o porquê desta situação. Então, nós, com certeza, terminaremos essas creches, No curto prazo teremos que sim comprar mais vagas .Agora, essa questão das creches precisa, necessariamente, uma prioridade no nosso governo e vai ser uma prioridade. 

 

Entrevistador – O senhor me parece que falou em uma espécie de triagem da população mais carente, aquela que necessita. Como fazer isso, a medida que a educação é um direito universal da população?

 

Candidato – Ele é um direito universal da população, mas temos que ter uma visão um pouco diferente. Eu venho da iniciativa privada. A minha carreira toda foi como administrador e  nós entendemos que devemos levar isto para a prefeitura. Então, eu me deparei, vou te falar um pouquinho, por exemplo, do transporte universitário. As pessoas que realmente precisam tem que ter creche, o que estamos notando em vários bairros é que muitas dessas pessoas que precisam não estão tendo creche e nós não temos como universalizar tudo. Temos que ter critérios. Agora, esses critérios têm que ser melhorados. 

 

Entrevistador – Quais seriam esses critérios?

 

Candidato- O critério, justamente, questão de renda , questão de desemprego.

 

Entrevistador – Cadastro da Assistência Social?

 

Candidato – Tem que melhorar o cadastro. Nós temos um problema seríssimo de zoneamento, pessoas atravessando a cidade para ter direito à creche. Essas situações todas que são questão de gestão, de administração, têm que ser melhoradas.

 

Entrevistador – O senhor não teme, o senhor como advogado, sabe melhor que eu, o senhor não teme criar uma demanda judicial, a medida que o senhor vai criar uma espécie de exclusão  a essas vagas?

 

Candidato – Não, não vou criar exclusão . Nós não vamos criar exclusão. Nós vamos dar vagas nas creches para quem realmente precisa. Nós temos que ter uma política séria. É evidente que temos uma questão de universalização neste sentido.  Agora, temos que, necessariamente, dar creche a quem precisa e tem muitas pessoas que precisam de creche hoje , principalmente, em bairros mais carentes. Pessoas que precisam trabalhar e quem não têm vagas nas creches. Hoje, na tua pergunta tu citas 500 vagas, eu , pelas nossas estimativas, isso é mais do que mil, mais de 1,5 mil crianças  fora da escola, fora da creche, porque não tem vagas no município e a gente acredita que. principalmente..

 

Entrevistador – O senhor acredita então que esses números são sonegados pela administração?

 

Candidato – O problema todo é o seguinte: muitas pessoas acabam nem indo buscar essa vaga porque já parte do pressuposto que não vão conseguir. Muitas vão buscar, ficam na fila de espera, ficam numa desesperança. Como eu sempre digo, principalmente, nos bairros mais carentes 

 

Entrevistador- Candidato, o senhor pretende construir novas escolas? O senhor tem um número para isso? E eu lhe pergunto: como financiar a construção de novas escolas  a medida que a gente vê o anúncio do governo federal , agora, do congelamento dos investimentos  em educação e saúde  por duas décadas? 

 

Candidato – Nós temos uma visão do que ocorre.  Eu passei isso. Por um ano e três meses fui secretário de Governo, que há sim muitos recursos a nível federal. A questão toda, muitas vezes, não se gasta nem os recursos que se têm. Se nós analisarmos o Ceacri do bairro Municipal, nós estamos há cinco anos com os recursos ali  e não se faz um Ceacri para justamente tirar das ruas as crianças  e adolescentes em situação de vulnerabilidade , em situação de risco . Então temos que fazer uma gestão melhor dos recursos públicos. Nós vamos fazer mais escola priorizando efetivamente a educação e priorizando creches, principalmente, em contraturno escolar e principalmente, no contraturno escolar . Eu me arrisco a dizer o seguinte: temos em Bento muitos ginásios que ficam fechados durante o dia e nós vamos  fazer uma aproximação com essas comunidades no sentido de um ganha a ganha , no sentido de uma aproximação, que consigamos achar um lugar para que essas crianças fiquem e ao mesmo tempo que essas comunidades também tenham uma recompensa por isso

 

Entrevistador- Era uma pergunta que eu ia lhe fazer sobre as atividades em contraturno escolar que precisam ser ampliadas na cidade , principalmente, naquelas regiões de vulnerabilidade social , em que a gente vê que ainda não tem ações estruturantes  adequadas para retirar a violência , retirar desse caminho das drogas , por exemplo, essa juventude. Uma outra questão que eu queria saber, além desta, sobre o contraturno, o que fazer como ação estruturante, principalmente nessas áreas de vulnerabilidade social, como o senhor entende a implantação de escolas de tempo integral?

 

Candidato – Olha, a questão toda hoje, além das creches, o nosso problema são as crianças a partir dos quatro anos. Houve uma mudança, até então as crianças ficavam até os cinco, seis anos de idade nas creches o dia inteiro e, hoje, a partir dos quatro anos, ela ficam meio dia em casa. E isso é um problema muito sério. O que nós nos deparamos são pessoas que não têm condições de trabalhar , estão em uma fase de desemprego, precisariam do emprego e, muitas vezes, precisam ficar em casa para cuidar dos filhos. Nós acreditamos fortemente que esse contraturno escolar precise ser feito um trabalho casado, principalmente com cultura , principalmente com esporte  e educação. Eu vou te dar alguns exemplos, por exemplo, o movimento tradicionalista se ressente muito hoje em Bento, de parcerias com o poder público. Tu sabe o que o pessoal tem? Eles têm algo que é bom.  Ele têm lá um CTG que, muitas vezes, não é ocupado durante o dia , um espaço particular que não é ocupado. Ao mesmo tempo temos crianças na rua em situação de vulnerabilidade , que ficam em contato com a prostituição, com a droga, com o furto. O que essas pessoas querem? O que as entidades querem? O que os pais querem? Querem uma aproximação . Eles querem que a prefeitura, muitas vezes, subsidie o pagamento de um professor . Nós não precisamos construir, muitas vezes, espaços públicos, têm áreas que precisa, mas tem outras que não têm. Nós temos muitos ginásios hoje, muitos campos de futebol que não são ocupados durante a semana e essas comunidades se ressentem de um apoio. Por que não aproximar justamente essas entidades  dessa população mais carente, dessas crianças em situação de vulnerabilidade? É evidente que em determinados locais nós, necessariamente,  teremos sim que construir novos espaços  porque a cidade cresceu , mas temos muito para evoluir nisso  e, para isso, temos que ser criativos. Não vai faltar dinheiro para isso porque é uma prioridade, sob pena, se não fizermos  esse trabalho na questão do contraturno escolar , nós tenhamos um aumento mais significativo na área da segurança pública. Se não investirmos em ocupação dessas crianças e adolescentes, teremos muitos problemas ali adiante. 

 

Entrevistador- A gente vê hoje a crescente criminalidade em Bento Gonçalves, já que o senhor tocou nesse assunto, nós vamos lidar nesta área de segurança e começar pelas escolas. A gente vê muita criminalidade hoje chegando próximo às escolas, nesse entorno das escolas, claro ainda não vivemos uma situação tão alarmante quanto Porto Alegre  e Caxias do Sul, aqui do lado, mas os índices de furto e de roubo têm aumentado  assustadoramente em Bento Gonçalves podemos dizer, principalmente, no entorno das escolas. É possível a gente implantar  a guarda municipal  para resolver também essa questão? Como o senhor entende a função da guarda municipal  e o senhor tem interesse em efetivamente implantar?

 

Candidato- Nós vamos fazer a guarda municipal. Nós justamente estamos resgatando algumas bandeiras  do nosso plano de governo passado . Houve um rompimento por quê? Porque não se cumpriu. 

 

Entrevistador- Esse plano de governo, o senhor diz o plano de governo da coligação que elegeu o atual prefeito?

 

Candidato- Isso. Nós entendemos que não houve um cumprimento do plano de governo. Nosso plano de governo constava, efetivamente, a implantação da guarda municipal e tu citas um exemplo bem claro aqui do entorno das escolas. Temos escolas em Bento, escolas de ensino médio, que a informação que eu tenho, é de que mais da metade dos alunos consomem drogas.

 

Entrevistador- Muitas vezes dentro das escolas ou fazem negócios dentro das escolas? Entram armados dentro das escolas 

 

Candidato – Dentro das escolas. Isso. Isso é uma situação que não dá para se admitir em Bento Gonçalves, em uma cidade com o desenvolvimento que temos em Bento Gonçalves. Nós entendemos que a guarda municipal é fundamental, no sentido de que a gente tenha um policiamento nas atividades de baixa complexidade. O que eu digo com atividades de baixa complexidade? É justamente, por exemplo, em horários de escola, de horário escolar, no turno da noite, por que não uma viatura com policiais armados, treinados, uma guarda municipal circulando ao redor da escola, entendendo, buscando, vendo o que está acontecendo aí. 

 

 

Entrevistador-  É possível isso conceitualmente ?

 

Candidato – Completamente possível. Isso já existe em outros municípios. Houve uma mudança, agora em 2014, dando poder de polícia, ela pode andar armada.

 

Entrevistador- Inclusive com arma de fogo.

 

Candidato- Arma de fogo, arma letal. Isso já existem bons exemplos. Existem exemplos em São Leopoldo, em Novo Hamburgo , Vacaria. Praticamente, hoje no Brasil, temos mais de mil guardas municipais instaladas no Brasil. E praticamente a boa parte dos municípios, com mais de 100 mil  habitantes possuem guarda municipal. Acredito que perdemos muito tempo em relação a isso e a população quer essa guarda municipal principalmente andando pelos bairros.

 

Entrevistador-  No seu entendimento, a guarda municipal pode trabalhar como um apoio ao policiamento comunitário, por exemplo?

 

Candidato – Policiamento comunitário hoje em Bento não existe

 

Entrevistador- Temos uma série de núcleos implantados 

 

Candidato – Ele não existe. 

 

Entrevistador- Explique

 

Candidato – No ano em que nós ingressamos, enquanto secretário de Governo, nós fechamos um convênio com o governo do estado, instalando oito núcleos de policiamento comunitário

 

Entrevistador- Com sete policiais cada um.

 

Candidato –  Com quatro policiais cada um. Esses núcleos de policiamento comunitário hoje, na prática, não existem mais, é só andar pelos bairros e conversar com as pessoas 

 

Entrevistador- É o que a gente vê, mas em tese existe

 

Candidato- Ele existe no papel. 

 

Entrevistador- O recurso está saindo

 

Candidato- Ele existe no papel, na prática a população não vê isso. Temos que mudar isso.

 

Entrevistador- Candidato, temos uma legislação que coloca 21% da arrecadação do estacionamento rotativo para o pagamento de auxílo-aluguel para o policial comunitário. Nós temos esses núcleos e esses policiais. Eles seguem recebendo ou não esse recurso?

 

Candidato- Seguem recebendo, mas eu estou ouvindo a população. Eu andei por essa cidade palmo a palmo. Eu sei o que acontece nos bairros e o policiamento comunitário não existe na prática. O que existe sim é o pagamento, agora, do auxílio-moradia, e justo, diga-se de passagem defasado,  se formos em Carlos Barbosa,  lá todos os policiais ganham R$ 1,2 mil R$ 1,3mil para auxílio-moradia. Em Garibaldi, R$ 800 para todo mundo e aqui em Bento é pouco mais de R$ 600  para pouco mais de 20 policiais militares. Então existe esse pagamento,  é pequeno em comparação aos outros municípios  e realmente entendemos que a guarda municipal pode auxiliar sim o baixo efetivo que temos em Bento, da Brigada, nesse policiamento comunitário.

 

Entrevistador-  O que o senhor pretende implantar além dessas questões  do policiamento comunitário, da guarda municipal para ampliar a sensação de segurança da população de Bento Gonçalves?  

 

Candidato- Temos uma situação  que temos que começar a trabalhar na prevenção, o que não dá para admitir é como repetir a pouco que tenhamos obras, dinheiro público , como existe no Ceacri do Municipal, há praticamente cinco anos lá e as crianças têm contato diariamente com a criminalidade , muitas vezes, com drogas,com prostituição, gerando justamente pessoas potencialmente favoráveis a entrar no mundo do crime. Então, primeiro trabalhando nessa situação , temos que trabalhar fortemente em ocupação do jovem em situação de vulnerabilidade. A segunda situação que temos é realmente uma questão de guarda municipal . Nós temos que, necessariamente, fazer a guarda municipal 

 

Entrevistador- O senhor também pretende implantar um gabinete de gestão?

 

Candidato- Não. Uma secretaria de segurança pública. Nós, ao mesmo tempo que vamos enxugar o número de secretarias, nós vamos diminuir o número de secretarias. Ao mesmo tempo vamos criar a secretaria de segurança pública do município, para justamente trabalhar em conjunto com a  Polícia Civil, com a Brigada Militar e a guarda municipal . Nós temos uma visão que temos que trabalhar conjuntamente, criar um sistema de segurança pública em Bento, onde haja uma união de esforços  entre todas as pessoas . Nós entendemos que a prefeitura, passou da hora da prefeitura ter uma atitude diferente em relação à segurança pública em Bento.

 

Entrevistador-  O senhor fala que vai diminuir secretarias, mas já sabemos que o senhor vai criar uma nova. O senhor vai unir secretarias ou vai acabar com elas?

 

 

Candidato- Nós vamos fazer um reordenamento. O que ocorre? As secretarias, hoje, vamos ter que conversar com os setores envolvidos . Por que? Por que elas vão ter que ter alguma atividade. Eu venho da iniciativa privada, e lá as coisas têm que funcionar . Na iniciativa privada, a pessoa , temos uma época de crise em que todo mundo fez enxugamentos. Nós temos que priorizar coisas. Temos que dar realmente priorizar situações que precisam ser potencializadas . Nós temos a situação da segurança, nós temos a questão a saúde, nós temos a questão da educação. Agora, temos que racionalizar os serviços, Temos que enxugar o número de cargos de confiança.

 

 

Entrevistador-  Onde?

 

Candidato- Para nossa situação, somente para te dizer, nós temos uma facilidade em relação a isso. Eu e meu vice, Alcindo Gabrielli, nós fizemos uma opção de entrar nessa disputa em chapa única, chapa pura, com o apoio de partidos menores, mas partidos reconhecidos com uma história .

 

Entrevistador- O senhor quer dizer que não vai precisar lotear um governo?

 

Candidato- Não vou precisar lotear o governo.

 

Entrevistador- Onde o senhor vai cortar secretarias? Onde cortar e é possível estabelecer um percentual de CCs que o senhor vai cortar?

 

Candidato- Vou cortar em torno de 30%, onde vamos cortar vamos discutir com a comunidade , com meu companheiro Alcindo Gabrielli.

 

Entrevistador- Então o senhor pode afirmar um número de secretarias ideal?

 

Candidato-  Muito provavelmente, nós vamos reduzir em torno de 30% 

 

Entrevistador- 30% no número de Ccs , 30% no número de secretarias?

 

Candidato- Tranquilamente. Fui secretário de Governo. Sei que isso é possível fazer. Nós não precisamos de loteamento de cargos. Nós vamos lá com o perfil, o que o povo quer hoje na prefeitura é um administrador, não quer um político e nós seremos lá administrador do dinheiro público. 

 

Entrevistador- Vamos falar em saúde. Uma das principais demandas da população na área da saúde é, inevitavelmente, a construção de um hospital público atendendo pelo SUS. Eu vi que isso está no seu plano de governo, mas o senhor pretende continuar com o projeto atual do hospital público, de que maneira? E outra questão, no seu entendimento,  que áreas de atendimento deverão ser priorizadas nesse hospital e como manter o hospital garantindo o funcionamento adequado , ou seja, o financiamento dessa manutenção e desse funcionamento, arcando com custos de equipes médicas e equipamentos?

 

 

Candidato- A saúde não deve ser prioridade apenas no discurso e nós faremos a saúde ser prioridade na prática e, justamente, o hospital público, ou seja, aquele hospital onde o púbico mais carente, a população mais carente possa ser atendida de graça é prioridade nossa. E nós vamos dar andamento a essa obra. Nós entendemos o seguinte: primeiro, existem recursos para isso, poucas pessoas sabem, mas nós temos há muito tempo à disposição da prefeitura, mais de R$ 5 milhões  para a construção do hospital público em Bento e esse recurso não é utilizado. Segundo: temos um bom canal de comunicação e meu vice, Alcindo Gabrielli, ex-prefeito, sabe desse contato, vai fazer esse meio campo com o governo do estado e com o governo  federal para que nós possamos  sim conseguir mais recursos  para a saúde me Bento. Nós temos convicção de que esse será um grande avanço para a saúde em Bento. 

 

Entrevistador- Nós estamos há dois anos, candidato, com a prefeitura reclamando que os recursos da saúde, tanto do estado, principalmente do estado, mas também da união, atrasam em média 120, 180 dias. Como o senhor imagina que possa recuperar ainda mais recursos?

 

 

Candidato-  Em primeiro lugar, vou te dizer o seguinte, tu sabias que temos à disposição da prefeitura mais de R$ 5 milhões para a construção do hospital público e esse dinheiro não foi gasto  nos últimos quatro, cinco anos?

Entrevistador- Sim, constante do orçamento do estado; 

 

Candidato – Constante do orçamento federal, de emendas parlamentares. Isso não tem explicação A saúde tem que ser prioridade e  nós vamos priorizar . Aliás, essa era uma das grandes bandeiras do nosso plano de governo quando nós apresentamos na última eleição e esse plano de governo não foi dado o devido andamento. Nós vamos dar sim andamento ao hospital público, um hospital que atenda pelo SUS. Por que, Rogério?

 

Entrevistador- Que atenda alta e média complexidade?

 

 

Candidato-  Que atenda principalmente, que comece a atender , desfazer as filas que temos hoje, que a população se queixa, de pequenas cirurgias. Nós temos uma fila enorme de pessoas esperando cirurgias,hoje, em Bento.

 

Entrevistador-  O que se chama de cirurgias eletivas.

 

Candidato-  Isso, cirurgias eletivas e temos R$ 2, 2 milhões à disposição para a construção do centro cirúrgico e nós poderíamos desafogar, em muito, a fila das cirurgias eletivas. E é isso que nós vamos fazer. 

 

Entrevistador-  Atuando complementarmente ao hospital filantrópico da cidade?

 

Candidato- Isso, atuando complementarmente. Tem espaço para todo mundo aqui. O que não dá é o seguinte: é para aquela pessoa que precisa de atendimento de graça, atendimento gratuito, que essa não tenha essa cirurgia, ou que ela demore anos para ter essa cirurgia. 

 

 

Entrevistador-  E a questão do financiamento disso. Porque uma coisa é o prédio físico , é terminar a obra, é construir o centro cirúrgico, é equipar o hospital. Outra questão é fazer a manutenção das equipes Será preciso contratar equipes médicas. 

 

Candidato-  Em primeiro lugar, temos que levar em conta algumas situações. Nós temos que ter gestão na administração pública. Eu não sou um aventureiro. Eu repito sempre, sou um administrador ,sou um advogado e nós não vamos fazer aventuras na prefeitura de Bento Gonçalves. Nós vamos fazer gestão. Tenho plena convicção de que podemos ter sim em Bento um hospital público que atenda pelo SUS, que atenda gratuitamente em determinadas áreas. Vou te dar um exemplo, por que as pessoas que dependem de uma consulta e oftalmologista, hoje, em Bento, demoram dois anos para conseguirem uma consulta, tem que ir a Nova Prata, será que não poderiam ser atendidas justamente neste hospital, que teremos em Bento? É justamente este debate que eu quero fazer. 

 

Entrevistador – Pode funcionar como um centro de especialidades também?

 

 Candidato- Centro de especialidades. Temos algumas situações que é justamente o que, exames de alta complexidade que estamos com problemas , filas para cirurgias, filas de médicos especialistas. Temos sim que detectar os gargalos  e para isso temos que ouvir, necessariamente a população  e construir um hospital público que atenda pelo SUS, que atenda de graça, viável economicamente. 

 

Entrevistador – O senhor acha que é possível fazer isso e colocá-lo em funcionamento ainda no próximo mandato, caso o senhor seja eleito prefeito de Bento Gonçalves, o senhor pretende garantir o funcionamento de u hospital público nos próximos quatro anos?

 

 Candidato-  Vamos e estamos garantindo. Eu entendo. Eu sou empresário da construção civil, eu sei como construir e eu sei se dá ou se não dá para fazer e eu tenho convicção que dá para fazer um hospital em Bento e que não faltam recursos para isso . O que falta realmente e temos que estabelecer esse hospital denovo como uma prioridade . Nós temos que priorizar ele, porque o grande problema, hoje, em Bento, são cirurgias, cirurgias de baixa complexidade , muitas vezes, atendimentos de especialistas, consultas médicas e o hospital vai nos ajudar muito a desafogar essas situações.

 

 

Entrevistador – Outro grande problema que vemos na área da saúde é a necessidade de qualificação das UBSs e também da construção de novas UBSs para que elas cheguem cada vez mais nas localidades do interior  e em alguns bairros que ainda não têm, que ainda veem aquele ônibus amarelo chegando lá para ser uma unidade móvel de saúde . Outra questão é com relação, volto a frisar,  das equipes médicas que trabalham por atendimento  e não por carga-horária naquela UBS. Esse ano enfrentamos redução de horário e médico, redução de atendimentos das UBSs.Como acabar com esse gargalo candidato?

 

Candidato- Primeiro lugar, como sempre digo, saúde não tem que ser discurso, tem que ser uma prática. E a saúde é prioridade, porque a população, principalmente a mais carente, se ressente dessa situação. Nós entendemos também que não basta ter prédios, prédios não resolvem nada a saúde das pessoas, o que resolve são profissionais que atendam naquelas áreas. Nós temos problemas muito sérios. Andando pelos bairros, esses dias atrás estava no São Francisco,  e me deparei com uma senhora de 80 anos que tinha que ir na fila do INSS, no posto do INSS, às 4h , na unidade central de saúde, para buscar uma ficha, para justamente conseguir um remédio controlado. São situações que não são condizentes com a nossa cidade. 

 

Entrevistador – Às vezes até para marcar consultas.

 

Candidato- Para marcar consulta. É inadmissível que Bento, por exemplo, Carlos Barbosa já tem , Farroupilha já tem, uma central de marcação de consultas, teleagenda. Nessa senhora, porque tem que ir às 4h da manhã para uma fila, sujeita ter intempéries, sujeita a chuva, frio, se poderia simplesmente fazer um telefonema  e agendar essa consulta. 

 

Entrevistador – Muitas vezes,  não tem nem um abrigo para essa pessoa.

 

Candidato-  Não tem nem um abrigo para essa pessoa

 

Entrevistador – Mas  senhor não me respondeu em relação às UBSs . O senhor tem planos para ampliar o número de UBSs?  

 

Candidato- Sim, temos, o que acontece. Primeiro vou colocar profissionais nas existentes. O que está acontecendo? Não adianta  eu ter um prédio… 

 

Entrevistador – Contratar equipes médicas?

 

 

Candidato- Equipes médicas para isso. Por que? Não adianta eu  ter um prédio , eu vou construir mais se não está sendo ocupadas as instalações existentes, se não tem médico nas  existentes. Então, em primeiro lugar, o que as pessoas querem não são prédios, elas querem é atendimento

 

Entrevistador – Muitas vezes querem o atendimento perto de casa.

 

 

Candidato-  Isso. Qual é a situação? Segunda situação. Próximo de casa. Nós temos situações que a cidade avançou muito em determinadas regiões e nós, efetivamente, temos que construir, tem também situações que temos que resgatar dívidas históricas. Vou te dar um exemplo: tipo bairro Glória, um dos bairros mais antigos de Bento e não tem um posto de saúde, não tem uma UBS e aí vai o ônibus amarelo e vai cada vez menos.  O que temos que fazer?  Temos que resgatar algumas dívidas históricas em alguns locais, potencializar o atendimento em alguns locais  onde já existem essas unidades e em algumas regiões.  Vou te dar um exemplo, Caminhos da Eulália, São João. São áreas que cresceram, que vem crescendo muito e que necessitam sim de novas estruturas, de novas instalações. Vou te dar um outro exemplo, o Eucaliptos. Historicamente, lá já tem um terreno comprado, já tinha dinheiro para essa construção e a população de lá é unânime no sentido de dizer o seguinte: nós precisamos de um atendimento médico aqui. Nós temos muitas crianças que necessitam de atendimento médico, temos idosos, pessoas carentes, que precisam de um atendimento médico. 

 

Entrevistador – Que é  a questão da terceirização, principalmente, dos servidores médicos. A gente fala que precisam mais médicos, médicos especializados, médicos clínicos gerais para as UBSs. Eles são praticamente todos contratados via terceirização, com o contrato  com a Fundação Araucária , que é verdadeiramente uma caixa preta . A população não tem acesso a esses números,  a quanto ganha o médico, quantas horas esse médico tem que trabalhar. É um complicador para esse fato. Eu lhe pergunto duas questões: é possível cobrar o cumprimento de horários desses médicos e  não apenas atendimentos?  A gente sabe que o atendimento pode ter dois minutos , pode ser cinco minutos e não atender realmente a necessidade daquele paciente, cobrar então a questão do cumprimento de horários e, além disso, ampliar o número de médicos em outra forma de contratação, que é a forma precípua que a constituição prevê, que é responsabilidade do município. Contratar via concurso público?

 

Candidato-  Primeiro lugar, quero dizer que sou a favor de concurso público. Acho que temos que valorizar o servidor público. Porque aquela pessoa fica incorporada, claro cobrando uma efetividade dessas pessoas, analisando bem o estágio probatório que essa pessoa esteja comprometida com o serviço público. Acho que isso é importante, digo mais, o servidor público vai ser nosso parceiro nessa próxima administração, vai ser meu colega de trabalho o servidor público a partir do próximo ano.

 

Entrevistador –  O senhor vai fazer concurso?

 

Candidato-  Nós vamos fazer concurso, evidente, vamos fazer concurso, concursos sérios, éticos, corretos, bem elaborados, mas ao mesmo tempo vou te responder mais uma pergunta, na questão da saúde, tu falas em médicos, vamos dividir em três partes. Primeiro temos que fazer concurso, para médicos, principalmente médicos de carreira, clínicos gerais, principalmente aquele médico da família, aquele médico do postinho, que entende a família no dia a dia. Segundo, temos algumas especialidades que entendemos  que são prioritárias, que é pediatra, temos que ter um atendimento. A criança está sempre no posto. Vira e mexe, eu tenho criança pequena, ela normalmente acaba ficando mais doente. Nós temos que ter o pediatra ali. Terceira situação, temos situação de médicos especialistas, vamos comprar consultas na rede privada, nós vamos comprar consultas de médicos especialistas. Vamos acabar com as filas para consultas com médicos especialistas. 

  

 

 

 

 

 

Entrevistador –  A gente vai falar de mobilidade urbana. Outra questão que tem gargalos para o desenvolvimento são entraves reais não somente para o desenvolvimento físico, mas o desenvolvimento econômico da cidade de Bento Gonçalves. Eu gostaria primeiro de lhe perguntar qual a avaliação que o senhor faz sobre as faixas seletivas que causaram tanta polêmica para a circulação do transporte coletivo. O senhor pensa em manter esse sistema e mais do que isso ampliar esse sistema? 

 

Candidato-  Olha Rogério, a questão do transporte coletivo tem que ser uma prioridade e essa vai ser uma prioridade no nosso governo. Por que ? Nós nos deparamos hoje em Bento com um  problema muito sério de mobilidade urbana e nós temos só uma solução de curto prazo , médio prazo, para resolver isso. É potencializar o uso do transporte coletivo. Para isso temos propostas. Temos a questão da passagem única, ou seja, não existe, estamos atrasados em relação aos outros municípios. A pessoa, por exemplo, para se deslocar para o Vila Nova até São Roque, por exemplo, paga duas passagens de R$ 3,40 para ir. Nós temos um posicionamento que temos que rever todo o sistema de transporte coletivo e vou te dizer mais, te diria o seguinte, temos que…

 

Entrevistador –   Há uma legislação aprovada, um sistema de transporte coletivo aprovado

 

Candidato-  Isso, mas de estudos está cheio, vamos ter atitude. E vou te dizer mais, não podemos admitir que tenhamos dentro da área urbana da cidade, uma área como da rede ferroviária federal crescendo capim. Essa é a realidade. Nós temos que criar modais, justamente para isso. Para incentivar o uso  do transporte coletivo . Eu acho que essa questão dos corredores de ônibus , já que tu insistes, temos que analisar  e conversar com a comunidade. O que não podemos é fazer corredor de ônibus de uma quadra.  Nós temos que discutir o transporte coletivo como um todo. Nós temos que tornar ele atrativo, ele é atrativo não como um corredor de ônibus de apenas uma quadra, nós temos que discutir isso mais. Nós temos que ter passagem em um preço acessível. Nós temos que ter passagem única, nós temos que dar o passe livre para o estudante porque muitas pessoas que vão, por exemplo hoje, para nossas universidades acabam usando o carro. Não usam o ônibus. As linhas de ônibus do município, hoje, são realmente precárias. Eu estava vindo falando com uma jovem…

 

Entrevistador –   Muitas vezes porque o sistema é precário. Nós temos uma licitação pendurada, mas vamos encerrar essa questão então da faixa seletiva, o senhor não tem uma definição quanto a isso? O senhor vai colocar em discussão a continuidade ou não desse sistema. O senhor tem uma definição que assim como está não dá?

 

Candidato-   Não me interessa.

 

Entrevistador – Nos últimos anos o transporte na cidade evoluiu, a gente teve renovação de frota, há investimentos das duas empresas que são concessionárias do serviço, mas claro, ainda não respondem a uma demanda sempre crescente por qualidade e por quantidade de serviço. A gente imagina que muito dessa não resposta e uma delas é isso, a integração das passagens, sem dúvida alguma. Eu conheço gente que pega três ônibus para ir para o trabalho e para voltar do trabalho. São seis passagens que paga e geralmente é a pessoa que tem menos posses para fazer isso. Quer dizer, é um sistema desonesto com a população , mas a gente sabe , conversando com os empresários do transporte coletivo, que isso não é uma prerrogativa deles, e sim uma insegurança , porque o sistema todo pressupõe essa insegurança porque eles chamam de precarização. Juridicamente o sistema é precário porque está pendurado por uma licitação que não acontece há anos e essa licitação está pendurada no Ministério Público, na justiça, para ser desenvolvido. Como o senhor imagina ampliar a qualidade desse serviço público, o senhor está falando, aqui conosco, com todo esse problema?

 

Candidato- Primeiro lugar eu vou fazer o seguinte, vou cumprir a lei. Essa questão do passe único é uma questão de lei. Essa lei existe de 2012. Isso não depende de licitação pública. Segundo, têm muitas linhas aqui em Bento que podemos ampliar e que também não dependem…

 

 

Entrevistador –  É necessário investimento da concessionária né?

 

Candidato- Isso é uma questão de lei. Não é uma questão de investimento. É questão de lei, cumprimento de lei. Tem que cumprir.

 

Entrevistador –  O senhor vai cobrar esse cumprimento da lei?

 

Candidato-  Vou cobrar a lei. Segundo: temos que ter necessariamente ter linhas de transporte. Terceiro, nós vamos potencializar. Vamos dar o passe livre pro estudante em Bento. Isso vai potencializar o uso de ônibus. E nós vamos bancar isso, porque é um investimento .

 

Entrevistador – Urbano?

 

Candidato-  Urbano. Para ter uma ideia Rogério, talvez poucas pessoas saibam, as pessoas são esquecidas disso, se hoje existe transporte gratuito para ensino fundamental  e médio no interior,  isso foi uma conquista, uma bandeira, ainda que eu acompanhei como advogado há praticamente oito anos atrás. E nós queremos trazer isso para dentro do município. Nós queremos sim que as pessoas andem, que o estudante, que o maior investimento que nós podemos fazer em Bento é e m educação, é também, em principalmente, dar esse transporte coletivo para os estudantes. Isso nós iremos fazer sim.

 

Entrevistador – Isso não vai cobrar uma contrapartida no preço da passagem candidato? A gente vê a reclamação dos empresários do setor.

 

Candidato-  Não, nós não vamos tirar isso. Não vamos aumentar. A prefeitura vai bancar. Nós vamos fazer gestão dentro da prefeitura. Nós vamos gastar naquilo que é necessário. Nós não vamos diluir esse custo na passagem de ônibus. Nós vamos bancar. Nós vamos bancar, nós vamos bancar, vamos tirar, vamos fazer melhor gestão para que sobre esse dinheiro para pagar a passagem. 

 

Entrevistador – E quanto à licitação?

 

Candidato- E quanto à licitação, eu vou utilizar todo o conhecimento que eu tive nesses 20 anos,  mais de 20 anos como advogado para resolver esse assunto. Eu me considero um advogado, com todo respeito, que tive sucesso na minha profissão e não é esse o motivo  que vai emperrar que a gente consiga avanços significativos no transporte coletivo em Bento.  Eu acho que essa é uma situação que é possível resolver, com diálogo, com o judiciário, não é motivo para que não tenhamos investimento e para que a cidade pare na questão do transporte coletivo  por tantos anos em função de uma discussão jurídica. 

 

 

 

Entrevistador – Outa questão que muito se fala , historicamente em Bento, é quanto a ampliação dos modais do transporte coletivo, integração entre eles. A gente tem a questão do táxi lotação , que a gente chama aqui de seletivo municipal  e nós temos aquela promessa nunca realizada de implantação de um VLT na cidade. Isso é viável pro senhor?

 

Candidato-  É viável, completamente viável. Rogério, eu estive conversando, e conversando com pessoas da iniciativa privada e sempre me diziam que o VLT , ou seja, o trem passando pela rede ferroviária, não era viável. E ele é viável. É completamente viável. Falta é vontade política e nós vamos tornar isto realidade.

 

Entrevistador – Muito se diz que não é viável por causa das desapropriações dessa terra da ALL.

 

Candidato- Não tem desapropriação. Não tem desapropriação. Essa área é da ALL e eu vou buscar concessão para o município. A concessão vai ser do município. Nós vamos buscar isso para o município. Essa vai ser uma briga. Meu vice, Alcindo Gabrielli, já tem a incumbência de ir a Brasília e resolver essa situação.

 

Entrevistador – Pelo visto o vice vai ter a tarefa e articulador político com as outras entidades governamentais.

 

Candidato-  Nosso vice vai trabalhar. Porque eu venho da iniciativa privada, Rogério, eu gosto e repetir isso, e lá todo mundo tem que trabalhar. E nós vamos trabalhar.

 

Entrevistador – É um compromisso do seu governo a implantação do VLT?

 

Candidato-   É um compromisso do nosso governo. Nós vamos fazer isso acontecer, em parceria com a iniciativa privada.

 

Entrevistador – Com relação à infraestrutura viária, a infraestrutura urbana viária, o que fazer, por exemplo, para estabelecer as tão sonhadas rotas alternativas para a ligação norte-sul, leste-oeste, sem passar pelo centro?  Como o senhor imagina isso? A abertura de novas vias, perimetrais, por exemplo, ou o asfaltamento das vias existentes nos bairros, com o alargamento, se necessário, para o escoamento do tráfego pesado, tráfego pesado eu digo, não pesado de caminhões, tráfico fluente, bastante fluxo de veículos, como descentralizar essa…

 

Candidato- Rogério, nós temos uma posição no sentido de que, temos que pensar a cidade a médio e longo prazo e vamos sim desenhar um anel viário para a cidade. Vamos dizer onde que vai passar esse grande anel, não nas vias existentes, . Nós temos que circundar o município com o anel viário. De que forma tu vai fazer? César, tu vai fazer isso, tu vai desapropriar. Não, eu vou declarar de utilidade pública. 

 

Entrevistador – O nome menos pesado para a desapropriação

 

Candidato- Não, porque na verdade eu vou declarar e utilidade pública, as pessoas vão abrir os loteamentos e elas vão ter uma valorização para seus imóveis. Elas não vão ter um prejuízo .Tu imaginas, qual a pessoa que não gostaria que a perimetral da cidade passasse em cima da sua propriedade.

 

Entrevistador – Onde vais  esse anel viário? Como construir  esse anel viário?

 

Candidato- Eu vou buscar apoio de pessoas do município. Nós temos muitas pessoas aqui no município que se dispõem a trabalhar gratuitamente, pensando no futuro da cidade. Nós temos muito voluntariado em Bento.

 

Entrevistador – Com relação a essas ligações que são históricas aqui, fundamentais, que a gente precisa ligar o Licorsul com o centro?

 

Candidato- Perfeito

 

Entrevistador – Ligar o São Roque com …

 

Candidato-  Perfeito. Nós não precisamos, tipo a Bramante Mion, o Ouro Verde ao Borgo, para ter uma ideia, Rogério, isso praticamente não depende de investimentos do município, as pessoas vão abrindo loteamentos e elas já vão deixando a passagem . Elas tem que deixar a passagem, onde vai passar a rua.

 

Entrevistador-  Mas a infraestrutura é preciso investimento?

 

Candidato- É infraestrutura do loteador. É o loteador. O loteador tem que me entregar isso. Ele quer fazer um loteamento onde vai passar uma perimetral , onde vai passar uma rua, ele tem que me entregar isso, faz parte do pacote. Isso vai valorizar o loteamento dele. Essa a discussão que temos que ter com nossos loteadores, porque é o ganha-ganha. A comunidade ganha e o empresário ganha também porque valoriza o seu loteamento. 

 

 

Entrevistador-  Quer dizer que é dessa maneira que o senhor imagina que…?

 

 

Candidato- Não apenas dessa maneira, eu vou te dar dois exemplos, na Bramante Mion , temos que desapropriar uma parte lá no começo e vamos tornar isso realidade. 

 

 

Entrevistador-  Aliás essa parte que travou esse projeto há muito tempo.

 

Candidato-  Não é isso, Rogério. É uma questão de ter vontade política  e atitude. Vou te dar outro exemplo.

 

Entrevistador-  Por que historicamente é isso né. Entravou, ninguém fez.

 

Candidato- Eu vou te dar outro exemplo, vou te dar do Imigrante com o bairro Fenavinho. É uma passagem de não mais de 30 metros. Por que historicamente não se tira isso do papel? Nós vamos tirar isso do papel sim. Há recursos para isso. E essas demandas históricas nós vamos fazer acontecer aqui na cidade. Por que? Por que? Nós vamos gestão, nós vamos fazer administração do dinheiro público bem feito e priorizando fazer obras que andem.

 

Entrevistador-  Então o senhor pretende, no seu plano de governo, construir elevadas por exemplo, para ligar a cidade antes da BR com o bairro São João, por exemplo, é uma demanda, um bairro que cresce bastante na cidade. O senhor pretende fazer túneis ,viadutos, grande obras de arte?

 

Candidato-  Não sei, não necessariamente. Nós temos situações e curto, médio e longo prazo. Primeiro, eu vou primeiro fazer o básico, essa ligação do bairro Fenavinho, por exempo, com o Imigrante, é uma situação que já passou da hora de ser feita. Agora, tu citas uma situação do bairro São João, ali naquele posto de combustíveis que liga o bairro São João. Tchê, temos que dar uma solução para essa situação, muito provavelmente tu vais dizer o seguinte: César, tu vais construir viadutos? Não, não vamos construir viadutos. Isso é uma questão federal. Agora, com certeza, vou ter  um diálogo diferente co o governo federal , no sentido de que tenhamos pelo menos um semáforo por aí né, ou uma solução, uma rótula, alguma coisa. O que não pode é a cidade estar crescendo para aquele lado e nós tenhamos uma situação em que as pessoas para atravessarem , demore 30, 40 minutos , parados no trânsito, , ou em situação de risco. Essa discussão temos que fazer, temos que esquecer que essa rodovia é estadual ou federal.

 

Entrevistador- Exato. Muito se fala em municipalizar esse trecho  da rodovia federal. O senhor é adepto disso ou acha que tenha que passar pela responsabilização dos governos?

 

Candidato-  Acho que temos que fazer uma grande discussão hoje da questão do próprio anel viário, o anel viário, ou seja, é esse entorno, essa projeção de futuro da cidade. Aí sim vamos fazer um trabalho e a utilização

 

Entrevistador- Passando para além do São João, naquele lado?

 

 

Candidato- Pode ser, pode ser. Por que? Porque não. Isso é viável. Lá estão para sair grandes loteamentos, grandes investimentos, porque não naquela região , entende? Temos que pensar a cidade em um longo prazo. Uma demanda histórica é que a rodovia passe lá no Vale dos Vinhedos , por que não? Por que não utilizamos a rodovia como uma parte do anel viário da cidade  e transferimos a rodovia para uma outra área Essa é uma situação que temos que discutir, mas essa é uma questão de planejamento de médio e longo prazo, infelizmente, não teremos em quatro anos condições de fazer essas obras. As pessoas vão me chamar de sonhador. Agora, que podemos projetar , podemos encaminhar as coisas, deixar esse legado, isso nós podemos, com certeza. 

 

Entrevistador-   Ok, vamos voltar à área central, coisas que o senhor vai poder fazer em quatro anos, porque a circulação de automóveis da zona central da cidade  ainda é um problema, para não dizer outra palavra. Hoje a gente costuma dizer que os semáforos já não orientam mais o tráfego de automóveis. Quem orienta o tráfego de automóveis é o fluxo. O sinal está vermelho, mas o cruzamento está parado, porque lá na frente não escoa. Tem a questão da sincronização de sinaleiras , que parece que aqui é o lugar mais difícil do mundo  para a implantação disso . O que o senhor pretende fazer para solucionar esses problemas da área central. Porque reduzir o uso do carro é utopia , pode até acontecer isso

 

Candidato- Dá para reduzir Rogério

 

Entrevistador- Mas não em grande escala né?

 

Candidato-  Não, Rogério, dá . A questão toda, voltamos em uma questão de transporte coletivo, táxi, pedestre. O que acontece, nosso transporte coletivo não é atrativo . Como nós estávamos falando, têm pessoas que pagam três passagens para ir e três para voltar . Como ela vai andar de transporte coletivo se é muito mais viável ela andar de carro , primeiro lugar. Segundo, nós temos que ter um tratamento diferente com nossos taxistas, de respeito, de parceria, de potencialização do serviço. Mais taxistas, desculpem, mais pessoas andando de táxi, menos carros andando pela cidade. Terceiro, temos que privilegiar também os pedestres. As pessoas têm que andar no centro pelas calçadas, com acessibilidade, com condições de  andar tranquilamente. Então essas são situações que temos que abordar . Nós não temos uma solução mágica  para o centro. Agora, eu tenho convicção  de que se as pessoas começarem a andar mais de ônibus, mais de táxi e andarem mais a pé  pelo centro, nós, com certeza, podemos minimizar  em parte o problema que nós temos hoje.

 

Entrevistador- A gente espera, procura por soluções mágicas me parece mesmo, porque a gente vê que é necessário priorizar o pedestre, mas a gente vê que é um alargamento de 15 centímetros em uma calçada já cria um novo nó  no trânsito da cidade. A gente imagina que um dia a Via Del Vino não terá fluxo de automóveis , mas para onde vai esse fluxo . Então a gente fica falando, falando, mas efetivamente o que dá para fazer em quatro anos, César? 

 

Candidato-  Rogério, eu tenho que te dizer como vai ser minha postura como prefeito. Nós, ao mesmo tempo que em determinadas situações nós nos portamos como cidade pequena, em determinados pontos nos portamos como cidade grande . No nosso governo não vai ser o estacionamento de uma pessoa  que vai determinar como vai ser o trânsito em Bento. Isso vai mudar. Felizmente, ou infelizmente,  nós chegamos a mais de 100 mil habitantes , a maior frota de veículos per capita  e nós temos que ter uma atitude diferente. E essa atitude diferente é justamente o que, eu volto, é principalmente potencializando o transporte público, a passagem é muito cara. Não se tem incentivo. Não tem horários. Eu estava dando um exemplo, hoje, por exemplo, o Vale dos Vinhedos. Nós no Vale dos Vinhedos ou em São Valentim onde a cidade avançou nós praticamente não temos transporte coletivo as pessoas se ressentem disso, o que acaba acontecendo? Essa pessoa vem para  a cidade, vem para o centro, de carro  e isso acaba gerando um problema muito sério.  As empresas hoje em Bento acabam tendo que gastar  mais com vans para justamente  fazer o que, porque não tem meios de transporte coletivo , o que acaba acontecendo?  Um abarrotamento, principalmente na área central, o trânsito passa por aqui ,de veículos.

 

Entrevistador-  É preciso  abrir novas linhas do transporte coletivo além de tudo isso?

 

Candidato-  É preciso abrir e potencializar o transporte coletivo

 

Entrevistador- Ainda na questão da área central , a gente pensa na possibilidade de ciclovias , por exemplo, para incentivar o uso da bicicleta , mas também essa questão que eu falei antes, da sincronização  das sinaleiras, uma coisa que parece simples é uma questão de tecnologia se é possível fazer ou implantar mesmo novos sistemas binários. Eu quero alguma solução prática

 

 

Candidato-  Está correto. Deixa eu te dizer o seguinte, solução prática é gestão, vou te dizer, gestão. Vou te dar a resposta. Por exemplo assim,  como vamos admitir que em uma cidade de 100 mil habitantes  como Bento nós não temos sincronização  dos semáforos. Isso é o que? É falta de gestão.  Não é outra coisa mais do que isso. Se eu quero te dar um solução, então eu estou te dizendo, nós vamos fazer gestão . Nós vamos contratar técnicos para as áreas , menos políticos e mais técnicos.

 

 

Entrevistador- Bom vamos trocar de assunto, desenvolvimento econômico.  A gente está chegando ao final da nossa entrevista , precisamos tratar disso. Como  a gente pode eliminar essa problemática  que todo o ano a gente tem de ameaça , que nossas empresas vão embora, que nossas empresas precisam se  expandir e não tem local  para se expandir. Como gerar empregos em períodos de crise, fazendo a permanência das empresas?  Não estou falando nem em atração de novas, a permanência das que já existem.

 

Candidato-  Rogério. Nós temos um diferencial aqui em Bento. É o nosso material humano   e o que está acontecendo hoje?  Hoje, o desemprego é um problema muito sério, principalmente, nas regiões mais carentes. O que a gente nota é justamente uma situação  que é a seguinte: as empresas ainda contratam . O nosso povo é empreendedor, mas ele tem dificuldade de encontrar mão de obra qualificada  e com experiência.  Ao mesmo tempo a gente se depara com o jovem , que exigem dele  uma qualificação, mas como que ele vai ter qualificação , experiência, se ele não teve essa oportunidade.  O que temos que fazer nesse meio campo  aqui. Temos que justamente potencializar  a qualificação ainda mais do nosso material humano  que temos em Bento. É a única forma que temos de justamente gerar, não a única , mas a principal forma que nós temos  de gerar emprego, fazer um valor agregado  aos produtos que nós temos aqui , aproximando isso. Para ter uma ideia, Rogério,  tu sabes quanto custa hoje em Bento para fazer um curso de torneiro mecânico? R$ 4,2 mil  lá no Senai. Pergunta: uma pessoa desempregada vai ter condições  de fazer esse curso? Não vai. E é esse tipo de aproximação, com o Sistema S, co o Senac, enfim  que nós temos que fazer;

 

Entrevistador- O senhor disse que a prefeitura pode subsidiar a qualificação ?

 

Candidato- Muitas vezes não precisa nem subsidiar. Eu vou te dizer, Não sei se a população sabe. Há vários cursos do Senac , por exemplo o Instituto Federal de Educação, que não se completa, vamos dizer assim, nem as vagas. 

 

Entrevistador- É isso, Pronatec é assim também.

 

Candidato- O que acaba acontecendo que a prefeitura, ao invés de investir em publicidade da prefeitura , ela poderia investir em publicidade, em publicidade educativa , uma publicidade de divulgação desses  cursos. Na verdade o que podemos, há poucos dias esteve na inauguração do nosso comitê, o ministro do Desenvolvimento Econômico e Social , o deputado Osmar Terra,  que justamente trabalha em políticas de inclusão , em empregos em cursos profissionalizantes . Nós vamos sim transformar Bento. O maior investimento que podemos fazer é justamente em qualificação das pessoas  para aí sim atrair mais empreendimentos  para Bento.

 

Entrevistador- Vamos em um pingue-pongue aqui. O senhor tem planos  para implementar o centro administrativo? 

 

Candidato- Tenho. Ele vai ser uma realidade. Eu venho, para tu entenderes Rogério,  como eu sempre digo venho da iniciativa privada  e aqui em Bento ninguém gosta de pagar aluguel. 

 

Entrevistador- A prefeitura parece que gosta

 

Candidato- A prefeitura parece que gosta. Então eu vou te dizer o seguinte: só  com o que deixa de pagar com aluguel , dá para pagar a parcela do financiamento do centro administrativo

 

 

Entrevistador- O senhor vais seguir aquele projeto apresentado?

 

Candidato- Não, eu vou concretizar. A prefeitura já está cheia de projetos . Nós estamos no terceiro projeto , mas a população, o servidor público já está cansado. Nós vamos efetivar 

 

Entrevistador-  Mas é esse que o senhor vai seguir , ali na Costa e Silva?

 

 

Candidato- Vai ser na Costa e Silva

 

Entrevistador –  Onde hoje é o estádio municipal?

 

Candidato- O estádio municipal.

 

Entrevistador – Local da feira do livro e da biblioteca pública, nova sede  para a biblioteca pública, das quais os recursos foram perdidos 

 

Candidato- Nós entendemos que  a Feira do Livro tem que ser no centro  da cidade e , principalmente, com a construção do centro administrativo  nós vamos dar uma utilidade ao atual prédio da prefeitura e ali vai ser a biblioteca pública. 

 

Entrevistador – No atual prédio da prefeitura, na casa amarela  será a biblioteca pública?

 

Candidato-  Na casa amarela. Vai ser.

 

Entrevistador – Planos para a Fenavinho.

 

Candidato- Fenavinho tem que ser uma festa da comunidade. Ela tem que ser uma festa que envolva a comunidade. Não é uma festa de um setor, nem de outro, nem desse nem daquele. É uma festa da comunidade.  E a prefeitura não pode simplesmente, o município, não pode ficar observando o nome da Fenavinho, que é um patrimônio  da comunidade ser jogado ao Deus dará. Nós temos que resgatar e eu como prefeito  vou resgatar com a comunidade essa discussão  né, com as forças vivas da comunidade, com as entidades, principalmente com a comunidade como um todo

 

Entrevistador – A Fenavinho vai completar 50 anos no ano que vem. O senhor pretende realizá-la caso seja eleito  em primeiro de janeiro prefeito de Bento Gonçalves. 

 

Candidato-  Nós vamos ter que realizar. Nós vamos realizar. Nós inclusive, eu tive muita tristeza em visitar, não vou citar nomes, um dos idealizadores  da Fenavinho e ele disse o seguinte:  se o município não fizer ele vai fazer por conta.  A que ponto chegamos . Então nós temos sim, eu como prefeito  vou dar uma atenção especial a Fenavinho  para resgatar ela.

 

Entrevistador – Como equacionar isso? Como equacionar os interesses , equacionar as dívidas.?

 

Candidato-  Rogério, as coisas são muito simples se a gente chama as pessoas para conversar.  Tem muitas pessoas, em Bento temos um característica   interessante. Existe muito voluntariado, muito voluntariado.  A questão toda é chamar as pessoas, escolher as pessoas  e deixar de lado os interesses individuais e pensar na comunidade.

 

Entrevistador – E as dívidas,quem assume essas dívidas?

 

Candidato- A própria gestão da feira pode fazer isso. Nós vamos pagar. Por que? O que acaba acontecendo? Mas em conjunto com a comunidade. Nós vamos fazer uma feira que vai dar lucro , coo historicamente acontecia, e vai pagar essas contas. 

 

Entrevistador – O senhor foi um dos principais articuladores da campanha que elegeu o atual prefeito , o seu adversário hoje, lá  em 2012 por isso assumiu a secretaria geral de Governo , mas foi exonerado em abril de 2014 . O que realmente aconteceu neste episódio?  Me parece o episódio gerador da saída  do PMDB do governo nos anos seguintes  e depois culminou com a renúncia do vice-prefeito, seu pai, Mário Gabardo. 

 

 

Candidato-  Primeiro lugar deixar bem claro. Não é a saída  do César Gabardo da prefeitura que gerou um rompimento O que gerou o rompimento foi  nós termos ido para as comunidades , ter feito um trabalho de mais de dois anos , ter ouvido mais de 15 mil pessoas  e ter chegado a conclusão que o nosso plano de governo, que as prioridades desse governo, e aquelas que nós tínhamos eleito lá  em 2012 não estavam sendo cumpridas. Nós não estávamos cumprindo, principalmente na segurança, guarda municipal. Este era um compromisso nosso de campanha . Segundo, hospital público. Nós tínhamos esse compromisso de campanha , que atendesse gratuitamente. Terceiro, nós tínhamos um compromisso e gerar as vagas em creches, a educação infantil. Nós não atingimos , esse governo não atingiu com esses requisitos, em função disso, fizemos um rompimento e entregamos todos os nossos cargos na prefeitura. 

 

Entrevistador – Mas não é fácil fazer um rompimento no último ano de governo, já com a vias a se candidatar César?

 

Candidato-   Não. Não pelo seguinte, porque temos que fazer uma discussão com a comunidade. Não se faz um rompimento de uma hora para outra  e se tentou de todas as formas, justamente,  resgatar algumas bandeiras nossas que eram as bandeiras, que são as bandeiras da comunidade. A minha saída lá no governo se deu, eu fui lá, Rogério,  e procurei levar, até por ter sido coordenador  da campanha, algumas bandeiras básicas, da segurança. E quando eu estava lá como secretário de Governo  existia policiamento comunitário , naquele momento que implantamos o policiamento comunitário em Bento, né. Foi naquele momento, que se hoje tem alguns asfaltamentos  em Bento, foi naquele momento que fechamos o contrato com o governo federal de mais de R$ 60 milhões.

 

Entrevistador – No caso do Lar das Meninas, o senhor estava a frente disso

 

Candidato-  O caso do Lar das Meninas, nós tínhamos costurado isso para que fosse justamente encaminhado para algum albergue , para crianças, meninos e meninas,  e que não tivesse esse problema que estava lá . Nós tivemos outras questões, por exemplo na questão do asfaltamento pro interior. Uma bandeira histórica  do nosso partido , no sentido de que  a gente tivesse um financiamento internacional para isso e foi encaminhado , né. Então nós justamente fizemos isso. Agora, quem manda na prefeitura é o prefeito 

 

Entrevistador  Bom, esse episódio todo fez com que o PMDB, e o senhor enfrentou essa crise como  presidente do PMDB , levou o partido a uma crise interna , que levou a  saída de alguns expoentes do partido  e fez com que o partido perdesse a total representatividade na Câmara de Vereadores . Como o PMDB sai desse episódio , para disputar uma candidatura à prefeitura. Sai mais fraco?

 

Candidato-  Completamente revigorado. Completamente revigorado. Para ter uma noção, Rogério, nós buscamos nos aproximar da população. Ouvir o que é o povo de hoje. Se Bento Gonçalves , há 20 anos atrás,  era uma, hoje é outra né. E nós tínhamos que necessariamente resgatar. Um partido político somente vive próximo do que são os anseios da população , são as necessidades da população. E nós fizemos isso . Nós fizemos isso. Pode ter certeza, nós vamos dobrar o nosso número de vereadores na Câmara a partir de 1º de janeiro. Se nós tínhamos dois vamos passar a quatro. 

 

Entrevistador  – Estamos encerrando a nossa entrevista e não tenho como não fazer uma pergunta q que a gente via na rua e todo mundo pergunta isso. O senhor é tido como um homem rico . O senhor apresentou um patrimônio à justiça de mais ou menos R$ 24 milhões , a quem diga que seu patrimônio é maior que isso. Há quem diga que o senhor tem interesses pessoais  em se candidatar a prefeito . Por que um homem rico quer ser prefeito de Bento Gonçalves?

 

Candidato-   Primeiro lugar, esclarecer que tudo o que eu fiz foi fruto do meu trabalho . Eu comecei a trabalhar com 12 anos,  empacotando no mercado. Com 13 anos fui em uma rodoviária, eu trabalhava até às 11h da noite vendendo passagens. Estudei em turno integral. Sou enólogo, me formei muito cedo, com 21 anos, quando ninguém fazia praticamente direito previdenciário em Bento . Eu fui estudar, aprendi no balcão do INSS, o que era fazer uma aposentadoria . Mais de 20 mil pessoas passaram pelas minhas mãos  em Bento, Garibaldi, Barbosa, Barão, Nova Prata, Veranópólis e todos os locais do Estado. Fiz também um trabalho na construção civil. Sou um empreendedor da construção civil . Eu sou o que é um reflexo do povo de Bento , um povo trabalhador. Tudo que eu fiz, eu fiz de uma forma ética  e correta e com muito trabalho . Por que eu quero ser prefeito? Porque eu acho que eu devo retribuir  para a comunidade de Bento Gonçalves tudo aquilo que ela me oportunizou  na minha vida. Eu sempre cito uma situação , que eu não gostaria de citar, mas eu vou citar, eu há dez anos atrás eu perdi um irmão e isso me fez rever muitas coisas na minha vida. Uma delas é que eu acho que eu posso retribuir a minha comunidade tudo que ela me oportunizou. Eu não vou ficar nem mais rico, nem mais pobre por ser o prefeito de Bento Gonçalves, mas tenho certeza que vou poder retribuir e muito a minha cidade tudo que ela me oportunizou . 

 

Entrevista de Rogério Costa Arantes