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Meteorologistas do governo estadual explicam recorrência de ciclones no RS

Principal influência foi uma região de baixa pressão junto a um fluxo de umidade

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Três ciclones atingiram o Estado entre junho e julho (Foto: Reprodução/Defesa Civil)


Após a ocorrência de três ciclones em menos de um mês no Rio Grande do Sul, meteorologistas explicam a reincidência desses eventos no Estado, as perspectivas para as próximas semanas e meses e as ações governamentais para antecipar esses episódios e alertar a população.

O meterologista do Governo do Estado, Flávio Varone, explica que a ocorrência de ciclones é comum no Rio Grande do Sul. Segundo ele, na maioria das vezes o fenômeno se forma sobre o oceano e não causa danos à população. Porém, quando se aproximam da costa, acabam gerando maiores transtornos.

“A ocorrência de ciclones é bastante comum no Estado, principalmente no outono e no inverno. Geralmente, eles passam distante da costa e não causam grandes problemas no continente. Porém, algumas vezes, se aproximam do litoral gaúcho, e isso pode trazer danos, prejuízos e eventos severos”, complementa. Varone é coordenador do Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro) da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).

Meteorologista da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil, Lucas Fagundes acrescenta que os ciclones são sistemas normais durante o inverno. A recorrência nas últimas semanas, ele esclarece, tem a ver com as condições atmosféricas. “A principal influência foi uma região de baixa pressão junto a um fluxo de umidade. Os três ciclones ocorreram devido ao avanço de uma frente fria, com uma região de baixa pressão e fluxo de umidade”, avalia.

Relembre

O primeiro ciclone atingiu o Rio Grande do Sul no dia 15 de julho e resultou em acumulados de 300 mm de chuva em Maquiné, no Litoral Norte. O segundo, de menor intensidade, teve acumulados de 120 mm. Por fim, o terceiro ocorreu em 12 de julho e apresentou danos mais severos, com rajadas de vento e acumulados de chuva chegando a 230 mm.

El Niño ainda não agiu

De acordo com os dois meteorologistas, os três eventos não possuem ligação com o El Niño, que deve reger o clima neste segundo semestre. Na visão dos profissionais, essa interferência deve começar no final do inverno e na primavera. “Em razão da atuação do El Niño, a tendência é que tenhamos eventos de chuvas fortes e tempestades no Estado durante a primavera”, ressalta Lucas.

O Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul (Copaaergs), estima que entre julho e setembro o El Niño deve ter forte intensidade no Rio Grande do Sul. Como consequência, o Estado terá aumento na chuva em todas as regiões.