Cultura

Brexit - A Saída à inglesa e a Europa sem saída

Brexit - A Saída à inglesa e a Europa sem saída


Escrito por Juliano Fontanive Dupont

O povo da Inglaterra – o mais antigo estado norte-americano – decidiu deixar a União Europeia (U.E). Os ilhotas não se consideram mais europeus.

O plebiscito não é definitivo, pois o parlamento poderá recusar a idéia, mas esta é uma possibilidade otimista, e remota. Tudo indica a vitória da barbárie anti-européia.

A esquerda retrógrada e a direita xenófoba se aliaram contra a U.E., pois recusam o neoliberalismo (segundo eles) ditado pela Alemanha. A isso, alia-se um medo difuso em relação à imigração descontrolada em todo o continente. Os quadros mais lúcidos da esquerda e dos conservadores pró-europa não convenceram a maioria da população a votar em favor da permanência do Reino Unido na U.E.

A extrema direita e a esquerda rancorosa odeiam a Europa e idolatram o cadáver perigoso do nacionalismo. Na França, o partido de direita de Marine Le Pen e o Partido Comunista Francês comemoraram a decisão dos ingleses. Brindaram com champanhes da mesma marca?

A União Europeia foi a última utopia do velho continente. Parece que a Razão não é suficiente para manter a civilização em pé. Democracia pode degenerar em oclocracia mesmo entre povos cultos.

O racionalismo não vence plebiscitos. Como a Europa é o continente mais laico do planeta, rezar não vai adiantar.

Na minha cabeça surge um esquete humorístico. O ator John Cleese, do grupo humorístico Monty Python, em modo muito britânico (isto é, com uma batata na boca), exclamaria:

– Bloody bastards!

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