Comportamento

Extensão da BR-448 deve demorar a sair do papel e não terá recursos em 2018

Extensão da BR-448 deve demorar a sair do papel e não terá recursos em 2018


Falta de recursos impede ampliação e prejudica manutenção da rodovia (Fotos: arquivo)

A medida que restringe à correção da inflação os investimentos federais e a prioridade dada pelo governo federal a outras obras viárias no estado, como a conclusão da nova ponte sobre o Guaíba, devem adiar ainda mais o sonho dos moradores da Serra Gaúcha e do Vale do Caí para que a extensão da BR-448, a Rodovia do Parque, saia do papel.

Certos de que não haverá recursos no orçamento do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) para este ano, a intenção da Frente Parlamentar de Apoio à Extensão da BR-448 na Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado estadual Lucas Redecker (PSDB), é garantir que pelo menos o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (Evtea) para o trecho de 18,7 quilômetros que unirá Esteio a Portão, tratado como Lote 2 da rodovia, que está sendo realizado pelo consórcio Magna-Enecom desde 2012 a um custo de R$ 1 milhão, seja concluído neste ano. Assim, acredita Redecker, poderá ser possível incluir recursos para a obra no orçamento do departamento para 2019.

O DNIT confirma que os encaminhamentos para dar prosseguimento às análises do Evtea estão acontecendo, e sinaliza que após a conclusão do estudo, uma nova licitação poderá ser realizada para a contratação das obras, orçadas em R$ 1 bilhão. Mesmo assim, o departamento garante que não há previsão para o lançamento do edital, principalmente porque não existe dotação orçamentária em vista para sua realização.

A articulação conta com apoio da maior parte dos parlamentares gaúchos em Brasília, em um esforço para sensibilizar a União sobre a urgência da obra. “Já estamos muito atrasados. Infelizmente, é quase uma tradição do Estado: quando a obra finalmente sai, já está quase defasada”, critica o deputado.

Extensão pode desafogar o fluxo intenso de veículos na BR-116

A expansão daria uma nova opção a toda a região de Caxias do Sul e desafogaria a rodovia BR-116, mas ainda há outros problemas, como a conclusão de obras ainda pendentes no Lote 1 da rodovia, entre elas os acessos aos bairros Centro e Rio Branco, em Canoas, e a finalização da estrutura que ligará a pista ao município de Esteio.

O viaduto, que facilitaria o acesso ao Parque de Exposições Assis Brasil, por exemplo, tem custo estimado em torno de R$ 5 milhões, mas as obras estão paradas desde a inauguração da rodovia, em 2013.

Além disso, a rodovia enfrenta problemas de manutenção, e o DNIT já admite até mesmo uma cobrança judicial contra o consórcio Sultepa/Toniolo Busnello. Um aditivo, assinado pela autarquia em novembro, prevê que a construtora Pavia assuma a manutenção permanente no trecho em questão. Porém o contrato com a empresa para os demais trechos da rodovia está suspenso por falta de recursos, e não há previsão para regularização.

*com Artur Cipriani