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Sobe como foguete, desce como pena

Sobe como foguete, desce como pena


A hora chegou mais cedo do que muita gente esperava. Mais ou menos 70 dias se passaram desde que a Petrobras adotou sua nova política pra definir os preços dos combustíveis, com reajustes que podem ser diários pra garantir um equilíbrio com os preços internacionais e competitividade no mercado – é o que diz a estatal –, a verdade é que a anunciada redução do preço da gasolina que viria com a nova forma de calcular os preços ficou apenas na propaganda do governo porque, no mundo real, ali na bomba, aqui no bolso, o preço disparou.

Só nos últimos 45 dias, o preço da gasolina subiu mais de 20%, e a gente percebe que saímos do protecionismo artificial de cinco anos de preços sufocados pelo governo pra um modelo em que a gente vai pagar sempre o preço máximo possível para impedir a entrada de concorrentes no monopólio da estatal.

E como a oferta e a demanda são um pouco mais lentas que os nossos donos de postos. O que acontece aqui é que, pra subir, o preço sobe como um foguete, mas para cair, desce como uma pena.

Aí a culpa é do mercado, da volatilidade do dólar, do furacão, dos preços da gasolina no Golfo do México, da instabilidade política da Síria, do Irã, do Iraque, das loucuras do ditador ensandecido da Coreia do Norte, do topete impecável do Donald Trump.

Só que o problema fica aqui, no nosso bolso.

Porque quase tudo que a população compra é transportada por caminhões, movidos a gasolina ou óleo diesel e, por isso, esse impacto é ainda maior, porque o amento da gasolina aumenta o preço do frete, que aumenta o produto final numa cascata de aumentos, a menos que as empresas engulam em seco e não repassem o aumento pro mercado.

Mas ninguém aqui acredita em papai noel, certo?

A verdade é que a saída é difícil, mas só tem uma: se o público não adquirir, o preço baixa. Se o preço baixar, o público comprará mais. Essa é a lógica de mercado.

Se não for assim, vamos seguir atentos a qualquer suspiro que acontecer mundo afora, porque seremos nós a pagar a conta.