A greve dos caminhoneiros, que entrou no seu quarto nesta quinta-feira, dia 24, saiu da pista, alcança setores diversos da economia, muda hábitos de consumo e a rotina de trabalho em diversas cidades brasileiras.
Em Bento Gonçalves, alguns supermercados registram desabastecimentos de alguns itens ou têm estoque para poucos dias, principalmente perecíveis.
O setor de hortigranjeiros é o mais atingido pois o prazo de validade é de curto espaço de tempo. Já no setor de frios, carnes e embutidos ainda há estoque para 30 dias, destaca Marcos Boeira, gerente comercial da Rede Andreazza.
“Costumamos manter o nível de frescor dos produtos e no caso dos hortigranjeiros, o estoque ainda aguenta até segunda-feira,28. Se continuar a greve, destaca Marcos, nos ítens como congelados, carnes e embutidos, poderemos ter desabastecimento”, afirmou.
No setor industrial a produção está parada pela falta de matéria-prima, acúmulo de produção e ausência dos funcionários que não conseguem abastecer seus veículos ou estão impedidos pela interrupção das vias.gaúcha
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O presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Bento Gonçalves (Simmme), o empresário Juarez José Piva, afirma que, em alguns casos, a falta de matéria-prima já dura quase uma semana. “O que é produzido não é coletado e os trabalhadores estão sendo dispensados para ficarem em casa e deverão compensar os dias parados”, revela
Ele defende a realização das paralisações de forma pacífica como estão ocorrendo, e defende a inclusão nas manifestações de uma campanha de redução de impostos para todos os setores, forçando a reforma tributária e até política. “O povo não é mais uma marionete dos governantes”, garantiu.
Para o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs), Reomar Slaviero, a paralisação afeta todos os setores da economia. “O desabastecimento dos postos de combustíveis afeta o transporte dos trabalhadores e, no caso dos alimentos o aumento do preço provocado pela escassez”, disse.
Slaviero discorda da transferência do custo dos combustíveis para a folha de pagamento, referindo-se ao projeto de reoneração do pagamento dos salários, cujo texto base foi aprovado na Câmara na noite desta quarta-feira, dia 23, depois da inclusão do texto que elimina a cobrança de PIS-Cofins do preço do diesel, que atinge 28 segmentos do comércio e da indústria.
