Cinco anos depois, acusado de atropelar e matar advogada enfrenta júri popular

Depois de cinco anos e cinco meses do atropelamento que matou a advogada Eliana Nunes Boniatti no dia 11 de…

Publicado por
10:14 - 14/07/2017

Compartilhar:

Facebook Twitter Whatsapp

Réu iniciou depoimento por volta das 11 horas da manhã (Foto: Bruno Mezzomo)

Depois de cinco anos e cinco meses do atropelamento que matou a advogada Eliana Nunes Boniatti no dia 11 de fevereiro de 2012 em Bento Gonçalves, o réu Robson Poloni de Oliveira, de 26 anos, responde a júri popular por homicídio doloso como o principal suspeito do atropelamento desde as 9h40min desta sexta-feira, dia 14 de julho.

Segundo a denúncia do Ministério Público, Oliveira assumiu o risco de produzir o resultado e impossibilitou a defesa da vítima, o que caracteriza o dolo eventual, e por isso é julgado por júri popular. A defesa tentou descaracterizar o crime para homicídio culposo, quando não há intenção de matar, e conseguiu uma série de adiamentos, mas a tese restou derrotada.

Motorista chegou a ficar preso em 2012 (Foto: arquivo)

O recurso da defesa contra a decisão de abril de 2013 do juiz Rudolf Carlos Reitz em primeira instância havia sido julgado improcedente pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), no ano passado, mantendo a decisão da justiça de Bento Gonçalves, por dois votos a um.

O acusado se apresentou à Polícia Civil 17 dias depois do acidente e negou que estivesse dirigindo o veículo. Ele chegou a ser preso no Presídio Estadual de Bento Gonçalves, onde permaneceu recolhido até o dia 10 de abril, quando um habeas corpus o colocou em liberdade, condição na qual ele aguarda o julgamento. Em juízo, Oliveira afirmou que estava em casa no horário do acidente, e disse que não sabia quem dirigia o veículo. Depois, contrariando a própria versão, disse que não revelaria quem seria o motorista no momento do acidente e contou que ficou sabendo sobre o acidente somente depois que o carro havia sido devolvido.

Oliveira será julgado por homicídio com dolo eventual qualificado, já que ele assumiu o risco de produzir o resultado e impossibilitou a defesa da vítima. Além disso, ele responde por lesão corporal grave, lesão corporal leve, afastamento do local do atropelamento e omissão de socorro.

Relembre o caso

O atropelamento ocorreu no dia 11 de fevereiro de 2012, quando um grupo de cinco amigos atravessava a rua Herny Hugo Dreher, no bairro Planalto. Três deles acabaram atropelados por um Golf que, após a colisão, fugiu em alta velocidade. Câmeras de videomonitoramento flagraram o deslocamento do veículo. Eliana Nunes Boniatti, então com 58 anos, foi arremessada a mais de 15 metros de distância e, apesar de ter sido socorrida e conduzida ao Hospital Tacchini, não resistiu aos ferimentos e faleceu. As outras duas vítimas sobreviveram.

Eliana foi advogada por 27 anos, trabalhou na Defensoria Pública e como procuradora de empresas privadas e de alguns municípios da Serra, além de exercer a advocacia em um escritório particular.

Compartilhe nas suas redes

Facebook Twitter Whatsapp